Espionagem, traição, um julgamento repleto de erros e clamor popular. São esses os ingredientes do livro O Caso Rosenberg – 50 anos depois (Editora Códex). Na obra, o jornalista Assef Kfouri relata a incrível história do casal de judeus americanos Julius e Ethel que foi condenado à morte por espionar para a ex-União Soviética e revelar aos russos os segredos da bomba atômica. Assef pesquisou sobre o caso durante um ano e meio. Em 1953, os Rosenberg foram executados na cadeira elétrica, jurando inocência e apesar dos pedidos de clemência de celebridades como Pablo Picasso, Albert Einstein e Charles Chaplin. Documentos da ex-URSS e dos EUA revelam hoje que Julius chefiava de fato uma rede de espiões soviéticos.

ISTOÉ – Por que esse livro?
Kfouri – A execução do casal marcou a minha infância. Quero mostrar o caso para as novas gerações e retratar uma época onde a divisão ideológica no mundo era verdadeiramente trágica.

ISTOÉ – Qual a sua opinião sobre a execução?
Kfouri – O caso envolveu pressão do Executivo e omissão da Suprema Corte, que chegaram a espantar a própria promotoria.