Demorou, mas aconteceu. Britney
Spears, aquela “que não era mais menina,
mas ainda não havia se tornado mulher”, conforme cantava em uma de suas músicas, descobriu o sexo. Cuidadosa, a loirinha caipira de Kentwood, lugarejo do Estado americano de Lousiana, evitou cair na mesma armadilha de Christina Aguilera, sua nêmesis desde que esta lhe arrebatou o Grammy de revelação em 1999. A espevitada hispano-nova-iorquina de 23 anos, um a mais que Britney, bem que tentou caprichar em seu recente álbum Stripped. Mas, exagerada como sempre, em vez de sexy tornou-se um ícone da vulgaridade. Mais bem assessorada, Britney usou estratégia contrária. Nas 12 faixas de In the zone (BMG), ela flerta com temas inéditos em seu repertório, como a masturbação em Touch of my hand e a perda do controle em Toxic. Mas não perde a classe.

Em termos de imagem, Britney conta com o apoio de ninguém menos que Madonna, a própria deusa da devassidão, aquela que lhe cascou um beijo de língua na cerimônia de entrega dos MTV Awards e participa da faixa de abertura, Me against the music. Em termos de som, Britney aprendeu, certamente com a própria material girl, que hoje em dia ninguém evolui. Simplesmente troca de produtor. Entre aqueles recrutados pela garota pontua o notório Moby. São eles que tornam as faixas – isso mesmo, já que o excesso de groovies e loops descaracteriza o termo canção – superatraentes e dançantes. As balançadas Shoedown, Outrageous, The hook up e Brave new girl, homenagem à musa Madonna, podem ser tocadas em quaisquer pistas sem comprometer. Só duas músicas lembram a antiga Britney, que foi apresentadora do Clube do Mickey – a empolada Shadow e a inocente Everytime. Loirinha esperta.
 


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