Também as tragédias passam a fazer parte da crônica de uma cidade – e já fazia parte da crônica da cidade do Rio de Janeiro a história do trágico destino de um alegre vendedor de queijo na praia. Numa manhã ele vendeu um pedaço de seu queijo, atravessou a avenida Nossa Senhora de Copacabana para trocar R$ 10 e fazer troco para o freguês. Atravessou a avenida e não voltou nunca mais: um homem se suicidou saltando do 11º andar do edifício em que morava, caiu sobre ele, os dois morreram. Isso foi em 2001. Destino se sobrepondo a destino, a história dessa fatalidade que entrou para a crônica da cidade parecia jamais poder se repetir. Mas quis o destino que a crônica se reforçasse no domingo 16
na mesma Rio de Janeiro e na mesma Nossa Senhora de Copacabana. E dessa vez sobrepondo a triste sorte de Fernanda Ruivenhoven à igualmente triste sorte da bancária Vânia Dias. Do 12º andar do prédio em que morava, Fernanda voou para o nada. Caiu sobre Vânia que passeava pela avenida com o seu filho de cinco anos e com a sua mãe. Fernanda e Vânia morreram. Vânia estava a duas quadras de sua casa.