i132694.jpg

Pirataria é crime." A frase está estampada na capa do filme "Rota Comando", feito com câmera digital e colocado à venda diretamente em DVD nas lojas e locadoras. Nas 2h14 de duração, cenas de tráfico de drogas, sequestros, assassinatos e estupros alternam-se na trama que enaltece a ação da tropa da Polícia Militar de São Paulo conhecida como Rota – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar. A pirataria não foi abordada e nem é a maior preocupação desse batalhão, caracterizado pela disciplina e linha dura. Mas é justamente ela, a pirataria, que tem mais vitimado esse trabalho de estreia do paulista Elias Junior. Lançado com uma tiragem de 20 mil cópias, o DVD estacionou as suas vendas nos seis mil exemplares iniciais e transformou-se no maior hit dos camelôs de São Paulo. É mais procurado que o grande sucesso do gangsterismo atual, o thriller policial "Inimigos Públicos", estrelado por Johnny Depp.

i132695.jpg

Numa pesquisa informal, Elias Junior contabilizou que a venda média diária de seu filme tem variado de 80 a 120 DVDs por barraca. Antes mesmo de estrear, no dia 8 de julho, ele já era encontrado nas esquinas. O diretor calcula que as cópias ilegais já ultrapassem o primeiro milhão de exemplares. Com isso, ele não conseguiu ainda reaver nem os R$ 550 mil que investiu do próprio bolso na produção. Baseado no livro de memórias de Conte Lopes, ex-oficial da PM e hoje deputado estadual (PTB-SP), "Rota Comando" segue a cartilha de "Tropa de Elite" até no uso da tortura para obter confissões. Mas está longe de possuir as mesmas qualidades cinematográficas: tirando as cenas de perseguições e tiroteios, na maior parte do tempo carece de boa encenação e de interpretações. É o filho bastardo do chamado favela movie.