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Tão importante como reunir diversas funções em um mesmo equipamento, para os especialistas em convergência digital é reduzir-lhe o peso e dotá-lo cada vez mais de praticidade – e isso é tudo o que o consumidor deseja. Seguindo esses mandamentos tecnológicos, o Centro de Pesquisas da Nokia e a Universidade de Cambridge criaram o protótipo de um incrível celular, flexível como o plástico. “Não será preciso bolso ou bolsa para guardá-lo, basta esticar o aparelho, adaptá-lo e usá-lo como se fosse uma pulseira”, diz o chefe do projeto, Tapani Ryhanen. Batizado de Morph, esse novo e revolucionário celular é transparente e fino como folha de papel. Mais ainda: trata-se, digamos, de um celular- camaleão, uma vez que ele se transforma em diversos equipamentos, como computador, máquina fotográfica e tocador de música, adquirindo muitos formatos e adequando-se a situações e à vontade de seu dono.

Há um ponto com o qual concordam especialistas de todo o mundo: dentro de cinco anos, um quarto de todo o conteúdo de entretenimento da internet e da telefonia móvel será proveniente de material criado pelos próprios usuários – e que adorarão enviá-los a seus amigos. “As pessoas têm um genuíno desejo de compartilhar seus conteúdos e fazê-los circular em grupos”, diz Mark Selby, vice-presidente do setor multimídia da Nokia. Segundo ele, até 2010 os usuários de celular trocarão diversos tipos de arquivos, além de modificá-los. “O teclado sempre foi incômodo e pequeno demais. Mas ampliá- lo deixaria o celular grande e desconfortável”, diz Ryhanen. “Foi por isso que pensamos em criar um aparelho que estica feito elástico, é flexível e, quando preciso, ganha novos formatos para a nossa comodidade.”

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ELE É UM CAMALEÃO Além de celular, a tecnologia da nanociência faz do telefone um aparelho de tevê e um tocador de musica digital com tela sensivel ao toque

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O segredo desse “estica e puxa” está na nanotecnologia, a ciência que estuda e constrói estruturas a partir de átomos – os tijolos básicos da natureza. Foi através da manipulação de micropartículas de substrato de plástico, folhas metálicas e pigmentos de tinta tão finos como fio de cabelo que a tela do Morph pôde ser desenvolvida até atingir a elasticidade ideal. Ainda que o usuário descaracterize o celular até transformá-lo, por exemplo, em um bracelete, os micropigmentos da tela se adaptarão a esse novo formato. Alguns elementos da tecnologia desenvolvida para o projeto Morph devem ser incluídos nos aparelhos nos próximos cinco anos, inicialmente nos modelos top de linha. Por enquanto, o protótipo desse novo telefone móvel está exposto como jóia no Museu de Arte Moderna de Nova York, na mostra chamada Design and the elastic mind. E isso é tudo o que deseja Ryhanen: “Juntar arte e ciência possibilita mostrar o potencial da nanociência a um público consumidor mais amplo.”

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