22/08/2011 - 17:04
O presidente americano, Barack Obama, pediu ao líder líbio Muammar Kadhafi que "explicitamente" desista do poder, e alertou os rebeldes que sua luta "ainda não chegou ao fim". Olhando além do governo com mão de ferro de Kadafi, Obama prometeu que Washington será "um amigo e parceiro" no futuro do país e instou "uma transição inclusiva que conduza a uma Líbia democrática".
"O regime de Kadhafi está chegando ao fim. O futuro da Líbia está nas mãos de seu povo", declarou o presidente americano, na ilha de Martha’s Vineyard (Massachusetts, nordeste dos EUA), onde passa férias por alguns dias com a família. Obama, que fez estas declarações em cadeia de rádio, destacou que Muammar Kadafi "ainda tem a possibilidade de impedir um novo banho de sangue, ao renunciar expressamente ao poder (…) e pedindo às forças que continuam a se enfrentar que deponham as armas".
Entenda
Motivados pela onda de protestos que levaram à queda os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em meados de fevereiro para contestar o líder Muammar Kadhafi, no comando do país desde a revolução de 1969. Mais de um mês depois, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas.
A violência dos confrontos entre as forças de Kadhafi e a resistência rebelde, durante os quais milhares morreram e multidões fugiram do país, gerou a reação da comunidade internacional. Após medidas mais simbólicas que efetivas, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a instauração de uma zona de exclusão aérea no país. Menos de 48 horas depois, no dia 21 de março, começou a ofensiva da coalizão, com ataques da França, Reino Unido e Estados Unidos.