Apesar da precariedade do sistema de ensino público, a vontade de ser alguém é maior. Quando a professora Suely Druck, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Matemática, começou a organizar a 1ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas jamais pensou que o sucesso seria tão grande. “Esperávamos cinco milhões de crianças. Veio o dobro. Eles querem aproveitar todas as chances que aparecem”, conta. Nessa primeira olimpíada para o ensino público, que foi de agosto a outubro, participaram dez milhões de jovens da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e do 1º ao 3º ano do ensino médio de um total de 31 mil escolas municipais, estaduais e federais.

Entre os medalhistas, o destaque foi para Paulo Ramos, do Distrito Federal. O garoto de 16 anos que tirou ouro no nível 1 (5ª e 6ª séries) teve que superar seus próprios limites. Acometido por uma série de doenças que o impossibilitam de andar, ouvir e enxergar, ele reverteu os obstáculos em brilhantes resultados. Com a ajuda de uma pessoa que leu as questões da prova e anotou suas respostas ditadas, Paulo chegou fácil ao pódio. “Os talentos estão espalhados pelo País. Só é preciso despertar esses jovens”, diz a professora Suely. Para que a façanha se repita, ela afirma, será preciso que o governo continue investindo R$ 10 milhões no projeto.


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