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As bolsas de valores asiáticas fecharam em forte queda nesta sexta-feira, com a preocupação crescente de que a economia dos Estados Unidos esteja voltando à recessão, enquanto a dificuldade de financiamento de alguns bancos da Europa gerou temores de uma nova crise bancária sistêmica no continente. O índice MSCI das ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão caía 3,92%, levando a perda acumulada neste mês para quase 14%. Em Tóquio, o índice Nikkei retrocedeu 2,51%, marcando o terceiro dia de declínio.

O mercado de Seul desabou 6,22% e o de Taiwan tombou 3,57%, sugerindo que a pressão foi maior em bolsas com alta exposição a tecnologia. Várias gigantes do setor, como Dell, HP e LG reduziram as projeções de vendas nesta semana, com piora na perspectiva de investimento das empresas, do governo e dos consumidores.

A atividade das fábricas da região Meio-Atlântico dos EUA despencou em agosto e assustou os investidores, pois os dados do Federal Reserve (FED) de Filadélfia são considerados uma antecipação dos números do setor manufatureiro nacional.

Na Europa, novos temores de que a crise de dívida da zona do euro possa infectar o sistema financeiro da região pressionaram os mercados de financiamento de curto prazo, obrigando alguns bancos a pagar juros mais altos por empréstimos em dólar.

O mercado caiu 3,08% em Hong Kong, enquanto o índice referencial de Xangai perdeu 0,98%. Cingapura encerrou em queda de 3,23% e Sydney fechou com desvalorização de 3,51%.

Bovespa

O principal índice das ações brasileiras na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) caía mais de 1% pouco após a abertura nesta sexta-feira, dando continuidade ao movimento de aversão a risco da véspera, quando perdeu 3,52%. Às 10h23, o Ibovespa caía 1,27%, a 52.461 pontos.

A preocupação com uma possível recessão nos Estados Unidos e com um agravamento da crise na Europa prejudicava as bolsas globais em mais um pregão, com queda projetada de mais de 1% dos índices em Wall Street logo na abertura.

O mercado acompanha de perto o desempenho do Ibovespa porque este é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. O índice retrata o comportamento dos principais papéis negociados na bolsa. A pontuação do Ibovespa aumenta na medida em que sobe o valor das ações.

EUA

Choques externos minaram o crescimento econômico dos EUA na primeira parte deste ano, o que provavelmente vai quebrar o ritmo do crescimento no restante de 2011, afirmou William Dudley, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Nova York, em discurso preparado para um evento na Câmara de Comércio de Meadowland.

No pronunciamento, quase idêntico ao feito ontem em um evento em Newark, Dudley reiterou sua opinião de que a economia norte-americana vai se acelerar nos últimos meses do ano. No entanto, a persistente fraqueza no mercado de trabalho, o setor imobiliário deprimido e os mercados globais voláteis fizeram com que ele reduzisse suas expectativas econômicas.

O terremoto seguido de tsunami no Japão em março e o aumento dos preços dos alimentos e da energia colocaram um freio no crescimento no primeiro semestre, mas essas pressões estão diminuindo, afirmou Dudley. "É claro que nem toda a fraqueza foi resultado desses eventos extraordinários, por isso, revisei para baixo minhas expectativas para o ritmo da recuperação futuro", disse.

Dudley é membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed. As informações são da Dow Jones.