Show
Claro que é rock (São Paulo, Chácara do Jockey, sexta-feira 26; Rio de Janeiro, Cidade do Rock, sábado 27) – Como se os festivais britânicos de Reading e Leeds se mudassem para cá, São Paulo e Rio serão açoitados pelo rock furioso de enésima geração. Do veterano Iggy Pop e seus Stooges aos gêmeos Madden do grupo Good Charlotte; do noise do Sonic Youth ao eletrônico do Nine Inch Nails; do som elaborado do The Flaming Lips à pauleira skatista do Suicidal Tendencies. Presença obrigatória para quem tem saúde – serão mais de oito horas de selvageria sonora. Os gaúchos mods do Cachorro Grande e os pernambucanos mangue bit do Nação Zumbi prometem abrir com shows viscerais para um público estimado em 25 mil pessoas em cada edição. Não perca. (Luiz Chagas)

Discos
Working class hero: The definitive Lennon (EMI Music) – O bom das coletâneas criteriosas é, além de reunir o essencial do artista, possibilitar uma nova leitura de seus sucessos por meio da aproximação de canções distantes no tempo. Nesta ótima seleção de 38 músicas do ex-beatle John Lennon, morto há 25 anos, optou-se por esquecer a ordem cronológica e, assim, impedir conclusões apressadas. Como dizer que o Lennon mais sentimental de Double fantasy (1980), que traz (Just like) starting over e I’m losing you, é inferior ao artista politizado de John Lennon/Plastic Ono Band (1970), o álbum que tem Power to the people e Working class hero. Assim misturados em dois CDs, os grandes clássicos de Lennon são apreciados pelo que são. Difícil é acreditar no título da coletânea. Em se tratando do baú de um ex-beatle, nada é definitivo. Ouça sem parar. (Ivan Claudio)

Cinema
Uma vida iluminada (Em cartaz nacional) – Saído da série de horror Pânico, além de um ator cada vez mais sofisticado, Liev Schreiber surpreende agora como diretor de uma deliciosa comédia dramática, baseada no livro de estréia do escritor americano Jonathan Safran Foer. Passada na Ucrânia, a história acompanha a viagem do judeu americano Jonathan (Elijah Wood) em busca de uma mulher que teria salvo o avô das garras nazistas. Como guia nos campos verdejantes do país, Jonathan contrata um velho motorista de vista cansada, seu neto vidrado em agasalhos Adidas e de inglês precário e um cão viralata apelidado Sammy Davis Jr. Jr. Em clima picaresco, o road movie é um bizarro passeio por um país parado no tempo, a bordo de um carro caindo aos pedaços. Vale a pena. (Ivan Claudio)