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Triunfo: Mesmo com equipamento inferior, Jean Azevedo voou no deserto

Misturados ao suor e à areia grudados no corpo, os sentimentos de alívio, felicidade e tristeza embaralhavam as mentes dos pilotos que no domingo 16 completaram a maratona chamada Rali Dakar, a mais perigosa e fascinante competição fora de estrada do mundo. Nas margens do lago Rosa, situado nos arredores da capital do Senegal, os franceses Stéphane Peterhansel, nos carros, Cyril Després, nas motos, e o russo Firdaus Kabirov, nos caminhões, comemoraram a vitória em suas categorias. O alívio era companheiro de todos que cruzaram a linha de chegada, após 8.956 quilômetros de areia, pedra, lama e poeira. Mas a felicidade do triunfo e o alívio pelo fim do sofrimento eram menores do que a tristeza produzida pelas mortes do espanhol José Manuel Perez e do italiano Fabrizio Meoni, ambos da categoria motos. Bicampeão do rali, Meoni era uma lenda do Dakar. Sua morte, ocorrida no trecho entre Atar e Kiffa, na Mauritânia, provocou comoção no mundo off-road.

Os dois acidentes, somados às mortes de dois belgas e de uma menina senegalesa, geraram uma série de protestos contra a continuidade da prova, que em 27 edições registra 45 mortes. A indignação chegou até o Parlamento francês. O deputado Jean-Marc Roubaud pediu simplesmente o fim do Dakar. Preocupada com a má repercussão, a organização promete aprimorar a segurança da disputa. Acompanhando a discussão a distância, os pilotos brasileiros viveram situações distintas no deserto. Quem se deu bem foi Jean Azevedo. A bordo de sua potente moto KTM 700, ele venceu uma das etapas e terminou em sétimo na classificação geral. Com um Mitsubishi Pajero Full, Klever Kolberg e Lourival Roldan completaram num bom 16º lugar. Azar mesmo tiveram André Azevedo e seu primo, o navegador Luiz Azevedo. O caminhão tcheco Tatra os deixou a pé nas areias da Mauritânia. Sem problema. Ano que vem tem mais!