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O principal índice das ações europeias fechou em leve alta nesta segunda-feira (15), conforme o rali da semana perdeu fôlego. As ações da Nokia foram destaque de ganhos, em meio a conversas de que a empresa poderia virar alvo de ofertas de aquisição após o Google propor comprar a Motorola Mobility. O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,08%, a 968 pontos, após a volatilidade da semana passada e da valorização de 3,6% na sexta-feira. 
 
Os papéis da Nokia saltaram 9,1%, com volume duas vezes maior que a média de 90 dias, depois que a proposta de aquisição da Motorola Mobility Holdings pelo Google renovou especulações de que os compradores pode também estar interessados na fabricante finlandesa de celulares. 
 
"Notícias de fusões e aquisições são positivas para o mercado e a confiança", disse a gestora de um fundo de ações da Ashburton European Veronika Pechlaner. "Mas não somos fãs da Nokia, ainda há pressões estruturais, e não compraríamos meramente por especulações de oferta". 
 
"(Os mercados de ações da) Europa estão em alta, conforme o mercado se estabiliza após uma semana de significativa volatilidade. Os fundamentos não mudaram. Há ainda preocupações econômicas nos Estados Unidos e com o que os formuladores de política vão fazer na Europa com relação à crise", acrescentou. Em Londres, o índice Financial Times fechou em alta de 0,57%, a 5.350 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,41%, para 6.022 pontos. 
 
Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 ganhou 0,78%, a 3.239 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib teve valorização de 4%, para 15.888 pontos. 
Em Madri, o índice Ibex-35 avançou 0,71%, a 8.709 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em alta de 2,07%, para 6.330 pontos. 
 
Bovespa
 
Os principais papéis negociados na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) iniciaram a semana em alta com o Ibovespa, principal índice de ações do país, registrando 2,04% e 54.563 pontos, às 12h29. Mais cedo, às 11h13, a variação tinha sido maior, 2,24% com 54.669 pontos. No final da manhã desta segunda-feira (15), a Bovespa tinha acumulado uma recuperação em uma semana de 6,25%, depois de encerrar a última sexta-feira (12) com perdas de 9% no mês sob o clima de incertezas a respeito do rumo das economias dos Estados Unidos e países da zona do Euro.
 
“A hora é de cautela e o risco de volatilidade ao longo da semana ainda persiste”, avalia o analista do mercado financeiro Clodoir Vieira, da Corretora Souza Barros. Assim como ele, o professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP) Keyler Carvalho Rocha justificou a reação de alta como natural, depois de um forte recuo como o dos últimos dias. Para ele, entretanto, é prematuro prever se esse avanço irá se sustentar por mais tempo.
 
“A queda na semana passada foi muito emocional”, afirmou Rocha para quem houve um “exagero” na interpretação dos fatos que abalaram o mercado acionário mundo afora. Na opinião dele, foi mais um jogo de cena político entre democratas e republicanos do que um risco claro de os Estados Unidos darem um calote.
 
O professor referia-se ao uso da classificação da agência de análise de risco Standard & Poor’s, que reduziu a nota da dívida norte-americana, em um momento que antecede os movimentos eleitorais na disputa presidencial daquele país. “Mas parece que [Barack] Obama está recuperando o prestígio”, disse.
 
Na opinião do professor da USP, o ânimo observado neste começo da semana pode ser atribuído ao anúncio do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, de sanear as contas públicas com um plano que prevê a economia de 45,5 bilhões euros até 2013.