A exemplo do técnico da Seleção Brasileira, Carlos Alberto Parreira, o Santander montou o seu quadrado mágico. Ao comemorar um lucro de US$ 1,7 bilhão na América Latina, nos primeiros nove meses do ano, o banco de origem espanhola, nono do mundo e quarto do Brasil, anunciou na quarta-feira 16 que mandou o time para o ataque. A investida publicitária – uma das mais agressivas já vistas no País – custará US$ 100 milhões (cerca de R$ 220 milhões), atravessará a Copa da Alemanha e permanecerá na mídia até o final de 2006. Terá na linha de frente quatro de nossos mais valiosos craques: Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Kaká e Cafu. “As pesquisas mostram que esses jogadores se comunicam com todo tipo de público no Brasil”, explica Armando Pompeu, responsável pelo marketing do banco.

Os dois mil pontos de venda e agências serão repaginados (“para gritar mais alto”) e receberão grandes imagens dos quatro craques. A parte principal da campanha é um combinado de quatro peças em que os craques estimulam as pessoas a abrir contas no Santander Banespa. O grupo, com ativos de R$ 75,5 bilhões no País, não revela quantos clientes espera atrair por aqui, além dos atuais 6,9 milhões. O anúncio da ofensiva milionária coincide com o dia em que a instituição assumiu definitivamente no País a marca Santander Banespa, incorporando o nome do banco paulista arrematado cinco anos atrás por R$ 7,050 bilhões, com ágio de 281,02%. Manter o nome Banespa pode ajudar a recuperar parte da clientela perdida após a privatização, quando o governo de São Paulo retirou do banco as contas de pagamento do funcionalismo. Na época, o grupo sentiu o baque. Agora, espera recuperar parte do prejuízo com um gesto de carinho e respeito a uma tradição.