Apesar da vitória obtida no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, que lhe garantiu elegibilidade nas próximas eleições, o ex-governador Anthony Garotinho, nome forte do PMDB para disputar a Presidência da República com o presidente Lula, se prepara para enfrentar uma outra batalha: o fogo amigo de seu partido. A ala governista, capitaneado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), trabalha para derrubar a candidatura de Garotinho, dessa vez junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Coordenadores políticos, que defendem a candidatura própria e a postulação
do ex-governador com as prévias do partido em março do ano que vem, denunciam articulação do PMDB governista junto ao STF a fim de tornar Garotinho inelegível, apesar de ele e a mulher, a governadora Rosinha, terem sido inocentados das acusações de crime eleitoral durante as eleições para a Prefeitura de Campos (RJ). Segundo esses analistas, quem estaria articulando à frente da fritura seria o
senador Renan Calheiros e ele contaria com a ajuda do presidente do STF,
ministro Nelson Jobim.

Para Garotinho, Jobim é um colaborador histórico do PT e do PSDB e sonha com a tarefa de concorrer à Presidência pelo PMDB. Com Garotinho inelegível por decisão do STF, Jobim venceria com facilidade o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto – que também reivindica a vaga de presidenciável – nas prévias e junto à Executiva Nacional do partido. Enquanto isso, Garotinho trabalha as bases viajando pelo País. Ele já filiou milhares de pessoas ao PMDB. Credenciado pelos 15 milhões de votos obtidos na última eleição, já levou para o PMDB centenas de prefeitos e parlamentares. Políticos ligados ao ex-governador ressaltam que ele é a pedra no sapato do PT, do PSDB e de um setor do PMDB não somente pelos números das pesquisas de opinião, mas também por tornar incerto o futuro político dessas legendas e desse setor de seu partido nas próximas eleições, que decidirão quem comandará a Nação.