09/01/2002 - 10:00
bem-estar é ainda um conceito pouco estudado. Apesar disso, é um dos mais importantes do nosso tempo. Bem-estar é a completa integração do corpo, da mente e do espírito – e a consciência de que tudo o que fazemos, sentimos e acreditamos tem um efeito em nosso estado de saúde. Felizmente, o futuro parece reservar melhores oportunidades nesse campo. Os cientistas estão abrindo cada vez mais os olhos para o bem-estar (recentemente, por exemplo, surgiram estudos que revelaram a importância do bom humor e do pensamento positivo).
Multifacetado, esse conceito é também subjetivo e mutável. Porém, há consenso no fato de que as dimensões físicas, psicológicas, intelectuais, sociais, espirituais, ambientais, aspectos do cotidiano e realizações pessoais estejam envolvidos em sua manutenção. Faz sentido levar esses aspectos em consideração quando se trata da saúde do homem moderno. Principalmente quando lembramos de dois fatos conquistados no século passado: a expectativa média de vida aumentou cerca de 30 anos e o desenvolvimento da consciência de que as doenças podem ter seus fatores de risco modificados. Nosso estilo de vida colabora com 53% para a nossa saúde e bem-estar, enquanto que o ambiente contribui com 20% e os fatores biológicos com 17%. A assistência médica participa com somente 10%! Conclui-se, então, que é possível viver mais e melhor. E que isso depende, em grande parte, de nossas posturas diante da vida.
Viver bem, portanto, é muito mais do que ficar livre de doenças ou sintomas. A medicina tem evoluído no tratamento de enfermidades, e, recentemente, vem focalizando na promoção da saúde, do bem-estar e na melhoria da qualidade de vida. Podemos ver nas últimas décadas uma explosão de procedimentos, cuidados e intervenções em pessoas saudáveis que estão buscando melhorar o bem-estar, retardar o processo de envelhecimento e aprimorar a harmonia. Spas, academias, psicoterapia, a busca de respostas espirituais e filosóficas, entre outros meios, têm proliferado. Investimentos têm sido feitos na procura de meios que ofereçam mais qualidade à maior quantidade de anos que conquistamos.
No Brasil, não é diferente. Aqui, observamos uma forte tendência na medicina de cuidar do indivíduo de maneira integral. O prazer, o riso, o lazer, o equilíbrio espiritual passam a ser reputados com o mesmo valor que as vacinas, a nutrição e a atividade física. O conceito de bem-estar ganha força nos consultórios. Métodos de relaxamento, massagens e atividade física prazerosa estão em alta no mercado da saúde. E muitos já são aprovados pelos médicos como complemento de terapias. Isso acontece, por exemplo, na psiquiatria, na ortopedia e na cardiologia.
Dessa forma, a medicina atende à crescente demanda dos pacientes, cada vez mais preocupados com esse tipo de abordagem. Também cresce o número de empresas que investem nos funcionários, pois vêem neles um ativo que deve ser não só preservado, mas também estimulado a melhorar em sua motivação, disposição, criatividade, produtividade e contentamento com o trabalho e com o relacionamento com os colegas. Empresas que seguem esse caminho constatam resultados surpreendentes. O zelo pelo bem-estar e pela qualidade de vida é uma tendência irreversível. Nada pode substituir o compromisso de praticar (e nada substituirá) essa experiência. Que neste ano possamos cuidar melhor do maior bem que recebemos: a vida!
