Tanta disputa pela presidência da Câmara tem motivo. Em fevereiro
de 1991, quatro dias depois de assumir, o então deputado Ibsen Pinheiro colocou na pauta o projeto de lei que limitava a edição de medidas provisórias. Era tudo o que o então presidente Fernando Collor não queria. FHC se livrou de dezenas de processos de investigação graças aos presidentes Luiz Eduardo Magalhães, Michel Temer e Aécio Neves, seus aliados, que indeferiram várias ações. No exercício da presidência, Inocêncio Oliveira, por exemplo, sepultou a CPI contra o então presidente, José Sarney. Além de ser o terceiro na linha de sucessão presidencial, também é atribuição do presidente da Câmara decidir se um projeto de lei vai ou não à votação. Com um orçamento de R$ 1,8 bilhão e 4,2 mil funcionários sob suas ordens,
o presidente da Câmara pode inviabilizar um governo, como ocorreu com Collor. Não é à toa que o governo petista está se empenhando para eleger o deputado João Paulo (PT-SP) para o cargo.
 

Troca-troca

Encontro do deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ) com o colega
Paulo Rocha (PT-PA) no salão verde da Câmara, sem que o
evangélico notasse a presença de jornalistas: “Você quer
indicaro presidente da Companhia Docas do Pará? Me arruma
um cargo no Ministério da Saúde que eu troco.”

O sinal do Torto

Discretamente, como convém a um encontro de presidentes, Lula recebeu José Sarney e dona Marly, na sexta-feira 3, para um jantar
na Granja do Torto. Agora está explicada a decisão de Sarney
de sair candidato à presidência do Senado, com ou sem acordo.

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Convite às empreiteiras

O ministro Ciro Gomes reclamou de que foram gastos R$ 2 bilhões em sua pasta, no ano passado, sem que nenhuma obra de vulto fosse realizada. Está descobrindo o motivo: a maioria dos parlamentares aprovou emendas ao Orçamento para obras de até R$ 150 mil. Dentro desse limite elas são feitas sem licitação, por carta-convite às empreiteiras.

Direto no plenário

Sarney não vai disputar a indicação na bancada do PMDB,
onde Renan tem maioria. Vai direto ao plenário, onde conta
com os votos da dissidência do partido, do PFL, que odeia
a cúpula peemedebista, e de todo o resto que adora cada vez
mais o presidente Lula. “No plenário, não será uma disputa.
Será um passeio”, aposta o ex-deputado Paes de Andrade.

Enrolando a cúpula

Michel Temer insiste em dizer que a convenção do PMDB, marcada
para 16 de fevereiro, não sai porque o senador Amir Lando, do diretório de Rondônia, retirou a assinatura. Bobagem. Lando está lá, ao lado
de outros oito Estados, aos quais devem se somar outros três na
semana que vem: Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Guerra de líderes

Renan Calheiros trabalha arduamente para eleger Ney
Suassuna líder do PMDB no Senado. No encontro da ala rebelde
do partido em Curitiba, dia 4, foi aprovado por unanimidade o
apoio do grupo de Sarney ao senador gaúcho Pedro Simon.

Rápidas

• Luiz Gushiken barrou a indicação do marqueteiro Duda Mendonça
para o comando da área de patrocínios e publicidade da Secretaria
de Comunicação da Presidência. Guerra à vista!

• O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, quer emplacar
a diretoria de Furnas Centrais Elétricas, mas está batendo
de frente com a ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef.


• Frase do presidente Lula para um de seus seguranças ao
avistar, pela primeira vez, o Salão Nobre do Palácio do Planalto:
“Isso aqui dava um belo campinho de futebol de salão.”

• Lula ficou felicíssimo com o tamanho da caixa de charutos
Cohiba que ganhou de lembrança do presidente de Cuba, Fidel Castro,
no dia da posse: “Vai dar para fumar durante o mandato inteiro.”

 


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