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OUSADA
Sandy, garota-propaganda da Devassa, ajudou a Schin a
se consolidar na segunda posição do mercado brasileiro

Nos últimos anos, a expansão da economia brasileira foi acompanhada por um intenso processo de globalização das empresas nacionais. Gigantes como Ambev, Gerdau, Marfrig e Votorantim fizeram aquisições no Exterior e transformaram o cenário internacional em uma fonte inesgotável de crescimento. Na semana passada, a venda de duas marcas construídas no Brasil interrompeu essa tendência. Dono de três das cinco cervejas mais vendidas no Japão, o Grupo Kirin anunciou na segunda-feira 1º a compra, por R$ 3,95 bilhões, de 50,45% da cervejaria paulista Schincariol, a segunda maior do mercado brasileiro. Na quinta-feira 4, foi a vez de a italiana Campari adquirir, por R$ 26 milhões, a também paulista Sagatiba, cachaçaria que elevou a bebida a um patamar mais sofisticado e conquistou uma nova classe de consumidores. As duas transações ainda dependem de oficialização. No caso da Schin, a situação é mais complicada. Um entrevero familiar levou o processo à Justiça, que aceitou a contestação do negócio – embora operações desse porte dificilmente sejam canceladas.

A Schin, detentora de marcas como Baden Baden, Eisenbahn e Devassa (que ganhou certa notoriedade graças à garota-propaganda Sandy), é a segunda maior cervejaria do Brasil, com pouco mais de 11% de participação de mercado. A líder disparada é a Ambev, responsável por sete de cada dez cervejas vendidas no País. Recentes especulações apontavam a holandesa Heineken como a favorita para levar a fabricante brasileira, mas a Kirin se adiantou. Segundo especialistas, a estratégia ousada se deve a problemas enfrentados pela empresa em seu próprio território. Com a economia estagnada, as vendas no Japão emperraram. Nos Estados Unidos e na Europa os resultados são igualmente desanimadores, o que levou as grandes globais a voltar suas atenções para países emergentes – em especial o Brasil. Por aqui, o consumo de cervejas está em ascensão. Em 2010, foram fabricados 12 bilhões de litros, melhor marca da história, o que tornou o País o terceiro maior mercado global, atrás da China e dos Estados Unidos. 

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