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César Cielo chegou nesta quinta-feira à Gávea para conceder entrevista com o sorriso estampado no rosto e a certeza de que o pior já passou. O nadador admitiu ter vivido o momento mais difícil na carreira após ter sido flagrado no exame antidoping pelo uso do diurético furosemida durante o Troféu Maria Lenk, em maio. Foi apenas advertido pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) e, revigorado, conquistou dois ouros no Mundial de Xangai, em julho.

Depois do drama, que durou dois meses, e da volta por cima, Cielo disse ser uma nova pessoa, "mais amadurecido", e classificou o episódio do doping como uma página virada em sua vida. "Foi um momento de aprendizado, de crescimento. Tive a percepção de novos valores. Suportei uma pressão muito grande. Essas medalhas me dão muito orgulho."

Agora, quer relaxar, esfriar a cabeça e curtir a recente vitória da "superação" nos 50 metros livre e nos 50 metros borboleta. Após o descanso, volta para a rotina de treinamento pesado no Flamengo. De antemão, Cielo já avisou que vai em busca do bicampeonato olímpico, ano que vem, em Londres. "Vou treinar forte para a próxima Olimpíada." Ele confirmou também que irá disputar o Pan de Guadalajara, também para defender os títulos dos 100m e dos 50m livre.

Indagado se o doping manchou sua trajetória no esporte, mesmo que ele tenha sofrido apenas uma advertência, Cielo respondeu: "Não sei te dizer isso. É uma pergunta que fica para a imprensa. Sei nadar, não sei cuidar muito dessa parte (de sua imagem)."

Cielo admitiu que sentiu a pressão em relação ao clima que se criou contra ele – alguns nadadores não concordaram com a decisão pelo TAS – em Xangai, porém ressaltou "que as medalhas falaram mais alto".