20/02/2002 - 10:00
As séries americanas, que desembarcam às pencas na tevê paga brasileira, geralmente são recheadas de ação, suspense, toques de sobrenatural ou de humor pseudo-sofisticado. 24 horas, que traz entre seus produtores o cineasta americano Ron Howard, de Uma mente brilhante, tem a seu favor um artifício inovador. Como o título indica, a série – cujo piloto será apresentado na segunda-feira 18, às 21h, no canal Fox – atravessa exatas 24 horas na vida do aflito agente Jack Bauer, interpretado por Kiefer Sutherland, filho de Donald Sutherland. O interessante é que toda a aventura de Bauer é contada em tempo real, ou seja, são 24 episódios de uma hora cada um, nos quais até o período dos comerciais é computado. Um relógio, com aparições eventuais, sinaliza a passagem do tempo.
Outra novidade é que em alguns momentos a tela se divide em quatro quadros, cada um focando a ação de um determinado personagem. Ou seja, sabe-se simultaneamente o que cada um deles está tramando. Pode parecer confuso, mas não é. Trata-se de um exercício curioso de concentração para não perder nenhum instante do desenrolar dos acontecimentos centrados nas dificuldades do estressadíssimo Bauer. Num mesmo dia, o agente tem de estar atento às ameaças a um senador negro – provavelmente envolvido num escândalo, mas com grandes chances de chegar à Presidência dos Estados Unidos – e ao desaparecimento da filha Kimberly (a bonitinha Elisha Cuthbert) no basfond de Los Angeles. Como se não bastasse as aflições do homem, sua mulher ainda vai ao encalço da garota, acompanhada de um estranho que, é claro, não parece ser confiável. Todas estas situações se iniciam no filme-piloto da série que estréia oficialmente em 4 de março. Sem dúvida, é um aperitivo tentador. Não dá para escapar da curiosidade de seguir a tensão que evolui num clima angustiante, com desconfianças, conspirações, celulares intermitentes e Bauer trocando diálogos rápidos e muitas vezes ríspidos com seus subordinados. Se o ritmo dos outros episódios for o mesmo, as 24 horas não serão nada monótonas.
