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O líder democrata no Senado, Harry Reid, disse, em discurso no Capitólio, nesta segunda-feira, que está confiante com a aprovação do acordo sobre a elevação do teto da dívida americana na Casa que integra, contudo, evitou dar certeza que o texto será aceito.

"Eu sou um membro do Congresso há muito e não conto com votos por antecipação. Eu estou esperançoso", disse o senador democrata. Um plano elaborado por Reid foi negado neste domingo pelos senadores. O acordo precisava de 60 votos para ser aprovado, mas conseguiu apenas 50.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou na noite deste domingo que republicanos e democratas do Senado e da Câmara dos Representantes (deputados) chegaram a um acordo para elevar o teto da dívida do país e evitar uma moratória parcial, que poderia ocorrer a partir da terça-feira. O consenso permitirá que Tesouro empreste mais dinheiro para manter os compromissos, em troca de cortes de gastos governamentais de US$ 1 trilhão, valor que deve chegar a US$ 2,4 trilhões em dez anos.

O acordo foi negociado a portas fechadas entre a Casa Branca e o líder da minoria republicana, Mitch McConnell. Tanto o presidente Obama como o vice-presidente Joe Biden tiveram um papel ativo nas conversas.

Obama não entrou em detalhes sobre os números do plano, mas assegurou que os cortes de gastos colocarão as despesas domésticas no "nível mais baixo anual desde que Dwight Eisenhower era presidente" (1953-1961), mas "a um nível que nos permitirá fazer investimentos necessários para criar emprego, em setores como o educativo ou o de pesquisa".

Obama reconheceu que este "não é o acordo que teria preferido", mas agradeceu aos líderes do Congresso e ao povo americano sua colaboração para se conseguir o acordo, e lhes pediu que trabalhem para votá-lo e tornar o plano uma realidade nos próximos dias.

Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ressaltou em reunião de coordenação conduzida pela presidente Dilma Rousseff, nesta segunda-feira, acreditar no acordo fechado nos Estados Unidos para o aumento do teto de endividamento do país.

A posição do ministro, transmitida pela Secretaria de Comunicação da Presidência, é de acompanhar atentamente o desenrolar da votação na Câmara e no Senado americanos. Sobre a possibilidade de um "plano B" para o caso de os EUA não conseguirem colocar o acordo em prática, o governo brasileiro afirma que esse plano não existe.

Entenda

No último dia 16 de maio, os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público – de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões). Na ocasião, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente, mas só pode continuar dessa forma até a meia-noite de terça-feira.

Segundo levantamentos do governo, o país não teria mais dinheiro disponível para honrar seus compromissos no próximo dia 2 de agosto. Líderes empresariais e financeiros advertiram que o não cumprimento dos pagamentos se traduziria em consequências catastróficas para a frágil economia americana, que ainda luta com um persistente desemprego de 9,2% na esteira da crise global de 2008.