Barack Obama, o líder do mundo livre e da nação mais rica do planeta, encontra-se acuado. No limite da responsabilidade, às vésperas de enfrentar as eleições presidenciais de 2012, ele leva os EUA para uma dramática, difícil e arriscada negociação de uma dívida gigantesca – de mais de US$ 14 trilhões. A briga política com os republicanos do Congresso, que não mostram nenhum interesse em facilitar a vida de Obama, fragiliza ainda mais a economia americana e coloca a todos em estado de alerta. A presidente brasileira, Dilma Rousseff , alarmada com a evolução do problema, afi rmou que os EUA estão deixando o mundo de “pernas para o ar”. E estão mesmo. O nervosismo de investidores se refl ete nas bolsas, que desabaram por esses dias. Agências de risco já avisaram que deverão, de qualquer maneira, rebaixar a nota do país, retirando sua privilegiada e histórica avaliação de triplo A. O giro de crédito global começa a recuar. As consequências futuras para a proposta de negociação da dívida ainda são imprevisíveis. Obama, desde cedo, ainda no primeiro mandato, será responsabilizado por tudo. Muito embora, nesse caso, ele tenha realmente herdado uma herança maldita do antecessor, o republicano George Bush, tido e havido como um mandatário desastroso. O que se aprende dessa experiência é que os seguidos deslizes dos chefes de Estado americanos levaram os EUA para a beligerância e a penúria. Os gastos irresponsáveis e frouxos com a guerra no Oriente Médio, a farra dos subprimes imobiliários e, principalmente, a pretensão de se imaginarem “inquebráveis” completaram o quadro na soma de todos os medos. Com um pé no freio e contas a pagar sem fim, os EUA de Obama seguirão em marcha lenta sem que ele possa mover um único e mísero botão de seu arsenal de força para modifi car esse destino. O Tio Sam perdeu as botas e o colete estrelado e está de cartola na mão. Como pedinte por uma chance que não terá.