Dedicação
A atuação do ministro da Integração Nacional, Ney Suassuna, vai dar dor de cabeça ao governo. Um minucioso levantamento mostra que o ministro, candidato ao governo paraibano, dedicou quase R$ 50 milhões a 180 prefeituras do seu estado. O deputado Wilson Braga (PFL-PB), ligado a Suassuna e relator de um dos projetos que garantiram verba extra a Suassuna, conseguiu R$ 400 mil para a sua cidade natal, Conceição. O primo de Suassuna, Napoleão, prefeito de Riacho dos Cavalos, levou outros R$ 400 mil. O prefeito Júlio César, da pequena Aparecida, no interior da Paraíba, conta que foi convidado por Napoleão para ir a Brasília discutir a liberação de um convênio que nunca pediu. Na ante-sala de Suassuna, foi sondado sobre suas posições políticas. O Ministério nega o chamado. O ministro vem dizendo que, além de atender a Paraíba, que sofre com a seca, também mandou dinheiro para outros Estados. Mas o Ministério Público vai investigar as liberações.

Relações espantosas
Está praticamente fechada a primeira aliança estadual do PT. No Mato Grosso, o senador Carlos Bezerra (PMDB) candidata-se ao governo e a professora petista Ceres Shesseranko ao Senado. O PT quer repetir a associação com o PMDB em São Paulo com Quércia, em Minas Gerais com Itamar Franco, em Goiás com o senador Maguito Vilela e no Paraná com o senador Roberto Requião.

Questão de família
Está dando brigalhada a nomeação de Geraldo Baltar para o cobiçado cargo de gerente de energia da Petrobras. Ele será responsável por um setor em expansão, que até 2005 responderá por 15% do faturamento da empresa – cerca de R$ 6 bilhões. Faltaria a Baltar experiência. Antes, gerenciava serviços gerais como limpeza e vigilância. Em compensação, sobraria confiança. É concunhado do chefe e diretor de Gás que o nomeou, Antônio Menezes.

Bola sete
O secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Pedro Alvarenga, está na corda bamba. O ministro Aloysio Nunes considerou tímida a atuação do coronel durante o bombardeio que se seguiu ao assassinato do prefeito Celso Daniel. Na surdina, o ministro já sondou o coordenador do programa nacional de segurança do Ministério, André Dhamer, para o cargo.

Amor de mãe
Os marqueteiros do governador Anthony Garotinho tentam convencê-lo de que a candidatura de sua mulher Rosinha ao governo do Estado pode ser um tiro n’água. Dizem que as mães de família do Rio de Janeiro vão encará-la como uma aventura eleitoral à custa do abandono dos
filhos do casal.

“Tão grave quanto o mosquito da dengue é a mosca azul da publicidade”
do deputado Milton Temer (PT-RJ), sobre os R$ 37 milhões que Garotinho injetou em 2001 para promover seu próprio governo

Rápidas

O astronômico juro brasileiro está vencendo o contágio argentino. O BC divulgará: após fuga de US$ 700 milhões de junho para cá, o capital especulativo registra retorno de US$ 40 milhões em janeiro.

Apesar das ofertas do PFL para ser vice de Roseana, o ministro Pratini de Moraes insiste em levar a sério sua candidatura. Já contratou marqueteiros e cientistas políticos para assessorá-lo.

Neste ano, a Receita vai exigir informações detalhadas sobre bens e contas no Exterior. Vai cruzar os dados com outros cadastros preciosos, como remessas para fora e movimentos bancários.

José Serra, em campanha franca, abriu a mão. Nos últimos dias, liberou R$ 400 milhões do Ministério da Saúde para obras. Tem mais R$ 1 bilhão para gastar, fora a verba do Orçamento deste ano.