Sam é um robô que fala, respira, tem batimento cardíaco, pele de látex, que parece de gente, e até cabelo. Programado para reproduzir 50 complicações do organismo, da hemorragia ao choque anafilático, ele é a vítima perfeita. Com 1,70 m de altura e 60 quilos, o andróide tem um sistema que controla a dose das drogas injetadas. Ele é usado como cobaia para treinamentos de anestesia, cirurgia, morte clínica e atendimento de pacientes contaminados por produtos químicos. Na semana passada, uma equipe de bombeiros ingleses e 12 médicos brasileiros simularam em Belo Horizonte o primeiro treinamento de socorro em caso de contaminação química. Sam estava lá. Foi levado para o hospital com sintomas de intoxicação, sofreu queda de pressão e cegueira. Para evitar um infarto, os médicos desobstruíram vias e artérias. O robô reagiu e dilatou as pupilas. Se houvesse erro, Sam simularia a morte. Fabricado pela americana Neti, o robô de US$ 600 mil integra a equipe dos hospitais Vila da Serra, em Belo Horizonte, Sírio Libanês, em São Paulo, e Centro Berkeley, no Rio. “Ele nos dá a chance de aprender com os erros”, afirma o médico Hugo Urbano.