25/07/2011 - 16:46
Cerca de 150 mil pessoas se reuniram nesta segunda-feira no centro de Oslo para prestar homenagem às vítimas do duplo ataque de sexta-feira. A maioria dos participantes levava rosas, respondendo a um chamado realizado em várias outras cidades do país, segundo imagens da TV norueguesa. A polícia não quis mencionar números, mas afirmou que a manifestação é maciça. A imprensa local comentou que a demonstração é sem precedentes na história do país. As ruas foram fechadas para a circulação para esta manifestação, batizada de "A marcha das flores".
Atirador
Anders Behring Breivik, que reconheceu ter cometido os ataques que deixaram 76 mortos na sexta-feira na Noruega, declarou-se disposto a passar toda sua vida na prisão, declarou nesta segunda-feira (25) o promotor Christian Hatlo. "Ele disse durante os interrogatórios que está disposto a passar toda sua vida na prisão", afirmou Hatlo à imprensa.
Já Jens Breivik, o pai de Anders Behring Breivik, afirmou que seu filho deveria ter cometido suicídio ao invés de realizar uma matança. "Acho que o que ele devia ter feito era se matar ao invés de matar tantas pessoas", declarou Jens Breivik ao canal de televisão norueguês TV2, falando em sua residência na localidade francesa de Cournanel.
Jens Breivik se encontra sob proteção policial e encerrado em sua casa no sul da França, onde vive com sua segunda esposa. A polícia fez buscas em sua casa no Sul da França, mas não comentou sobre a operação Em entrevista divulgada no domingo pelo jornal norueguês Verdens Gang, Jens Breivik declarou-se comovido com a situação e afirmou que não vê o filho há mais de 15 anos. A Justiça da Noruega anunciou que Anders Behring Breivik, foi acusado formalmente de atos de terrorismo e deve permanecer em prisão temporária pelas próximas oito semanas.
De acordo com o juiz Kim Heger, de Oslo, o acusado admitiu ter feito os ataques, mas se recusou a assumir responsabilidade criminal com o argumento de que as mortes eram necessárias para evitar que a Europa fosse dominada por muçulmanos. O atirador admitiu que trabalhava em conjunto com "duas outras células" para combater a "dominação muçulmana". A polícia investiga quem seriam os cúmplices de Andres Behring Breivik. A audiência de 40 minutos ocorreu sem presença do público ou da imprensa.
"O acusado fez declarações hoje que precisam ser investigadas, inclusive de que ‘há duas mais células em nossa organização’", disse o juiz Kim Heger em pronunciamento à imprensa após a audiência. Breivik havia dito anteriormente que agia sozinho. "Apesar do fato de o acusado ter admitido os fatos ocorridos, ele não se declarou culpado", acrescentou.
Foi determinado ainda que Breivik deve permanecer nas próximas quatro semanas, até 22 de agosto, em completo isolamento para evitar o risco de perda de provas e por causa da “extensão e ao caráter" do caso. Durante esse período, o acusado não terá acesso a cartas, jornais ou visitas.
Tragédia na Noruega
A Noruega viveu na última sexta-feira, dia 22, a maior tragédia do país desde a Segunda Guerra Mundial. Dois atentados deixaram, até o momento, um saldo de 76 mortos. As autoridades chegaram a divulgar que 93 pessoas tinham morrido nos ataques, mas revisaram os dados e informaram um novo balanço na segunda, dia 25. Primeiro, uma bomba explodiu no centro da capital, Oslo, na região onde estão localizados vários prédios governamentais, inclusive o escritório do premiê, Jens Stoltenber. Oito pessoas morreram, mas a polícia admite que possa haver corpos não resgatados nos prédios.
A segunda tragédia aconteceu na ilha de Utoya, próxima à capital. Lá, Anders Behring Breivik, um homem de 32 anos vestido com uniforme da polícia, abriu fogo contra jovens reunidos em um acampamento de verão. Ao menos 68 morreram, a maioria pelos tiros disparados. Alguns outros morreram afogados após tentarem fugir nadando. Anders foi detido logo depois, pela polícia, e admitiu o crime. O atirador, que é ligado à extrema-direita e publicou um manifesto na internet chamando à violência contra muçulmanos e comunistas, também tem envolvimento no ataque em Oslo.