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 Um tribunal de Budapeste absolveu nesta segunda-feira (18) o nazista húngaro Sandor Kepiro, 97 anos, suspeito de cumplicidade na execução de mais de 30 sérvios e judeus na Sérvia, em 1942. A promotoria pediu uma pena de prisão, enquanto que a defesa pedia a anulação do processo ou sua absolvição. 

Sandor Kepiro era acusado de cumplicidade em crimes de guerra cometidos entre 21 e 23 de janeiro de 1942 em Novi Sad, território hoje sérvio e então anexado pela Hungria, aliada da Alemanha nazista. No massacre morreram cerca de 1,2 mil civis, judeus e sérvios. O acusado, que se declarou inocente, teve de responder pessoalmente pela morte de 36 pessoas, cuja execução teria ordenado, segundo a acusação. 

No processo, alguns historiadores convocados na qualidade de especialistas destacaram que os documentos nos quais se baseou a promotoria estavam incompletos ou elaborados com base em más traduções. Em 1944, Sandor Kepiro foi condenado a dez anos de prisão por um tribunal militar, mas as autoridades da época anularam a decisão. Em 1946, um tribunal do regime comunista o condenou à revelia a 14 anos de prisão. 

Sandor Kepiro jamais pagou pena alguma, uma vez que conseguiu fugir para a Argentina, onde permaneceu mais de 50 anos, até que voltou à Hungria em 1996.