000_Was4083880.jpg

 

O presidente americano, Barack Obama, suspendeu as negociações orçamentárias nesta sexta-feira, para dar aos parlamentares uma chance de chegar a um acordo para um "plano de ação" sobre como evitar um default (não-pagamento).

Obama, que prometeu reunir-se diariamente com os parlamentares até que um acordo sobre a elevação do teto da dívida seja alcançado, deu aos democratas e republicanos até sábado de manhã para reconsiderarem suas posições nas negociações.

Ele concederá uma entrevista coletiva nesta sexta-feira às 12h (horário de Brasília). As negociações sobre a dívida devem ser retomadas no fim de semana. "É um momento de decisão. Precisamos de planos concretos para caminhar com isso", disse Obama no quinto dia de negociações na quinta-feira, segundo um democrata.

Os mercados financeiros estão começando a se preocupar com o fato de republicanos e democratas estarem longe de chegar a um acordo orçamentário até 2 de agosto, quando os Estados Unidos ficarão sem recursos para honrar seus compromissos, a menos que o teto de dívida do governo seja elevado.

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Obama, que está querendo se reeleger em novembro de 2012, tem rejeitado a ideia de um acordo de curto prazo, o que exigiria que o limite de financiamento fosse aumentado novamente no próximo ano. "Uma solução de curto prazo não é algo que aprovarei", afirmou ele na quinta-feira.

Os republicanos estão pressionando por pelo menos US$ 1 em corte de custos para cada US$ 1 elevado no teto de dívida, hoje em US$ 14,3 trilhões, e dizem que a Casa Branca precisa falar sério no que se refere a reduzir gastos para resolver de modo apropriado o problema da dívida.

Os democratas estão dispostos a implementar alguns cortes, mas querem aumentos de impostos e que outras fontes de receita sejam incluídas em qualquer acordo, para que os custos das medidas de austeridade sejam divididos.

Obama acredita que um acordo no valor de US$ 2 trilhões poderia ser factível caso ambos os lados cedam um pouco, disseram autoridades familiares às negociações. Os compromissos exigidos para esse acordo poderiam ser impraticáveis tanto para democratas quanto para republicanos, conforme a campanha de 2012 começa a ganhar espaço.

No entanto, um fracasso nas tentativas de elevar o limite da dívida pode golpear a já frágil economia dos EUA e reverberar no mundo inteiro, elevando os juros e afetando os mercados de câmbio, ações e bônus.

Classificação de risco

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s anunciou ontem à noite que colocou o rating (classificação de risco) AAA dos EUA em observação, dizendo que há 50% de probabilidade de que ele seja rebaixado nos próximos três meses.

A incerteza política sobre o limite da dívida do país prosseguiu ontem. A S&P afirmou em comunicado que "o debate político sobre a posição fiscal dos EUA e a questão do limite de dívida do governo dos EUA, na nossa opinião, apenas se tornou mais intrincado".

De todo modo, a S&P afirmou que o risco de uma moratória no pagamento da dívida do governo dos EUA como resultado da não elevação do teto da dívida é pequena. Outra agência de risco, a Moody’s, havia colocado o rating Aaa dos EUA em observação negativa na quarta-feira. As informações são da Dow Jones.
 


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias