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São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras, estão entre as que mais subiram na lista de localidades com os maiores custos de vida do mundo em 2011, elaborada pela empresa de consultoria econômica Mercer. Em 2011, São Paulo passou a ocupar o 10º lugar entre as cidades mais caras do mundo e o primeiro da América Latina, subindo 11 posições em relação a 2010.

O Rio de Janeiro, que em 2010 ocupava a 29ª posição, subiu para a 12ª. Já Brasília subiu 37 posições na lista, ficando em 33º lugar. O ranking compara preços de alimentação, transporte, moradia, entretenimento, roupas e itens de necessidade doméstica em 214 cidades, organizando os dados em relação à estimativa total do custo de vida.

Para a Mercer, as mudanças são um reflexo do crescimento econômico do País – o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010 foi de 7,5%, o maior em duas décadas. No mesmo período, a economia americana cresceu 2,9%, e a da zona do euro, 1,7%.

Aumento dos aluguéis

A pesquisadora da Mercer Nathalie Constantin-Métral disse à BBC Brasil que o principal determinante da escalada das cidades brasileiras no ranking foi a valorização do real em relação ao dólar. "Além da valorização da moeda, também percebemos um aumento geral dos preços dos itens da cesta básica em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília. Mas o aumento foi ainda maior nos preços das acomodações", disse.

A empresa define como "certa básica internacional" um conjunto de utensílios e serviços dividido em onze categorias: refeições preparadas em casa; álcool e tabaco; utensílios domésticos; cuidado pessoal, serviços domésticos (diaristas e babás, por exemplo); utilidades (água, eletricidade e gás, por exemplo); roupas e sapatos; refeições fora de casa; esporte e lazer; transporte e acomodação (preços de aluguéis de apartamentos e casas na cidade). "Nas cidade brasileiras, observamos que há um aumento da demanda por acomodação, que está fazendo com que os preços subam", disse Constantin-Métral.

A pesquisa é feita para ajudar empresas multinacionais a avaliar o custo de vida dos funcionários enviados para trabalhar em outros países. O custo de vida na cidade de Nova York é usado como base de comparação, e os preços dos produtos e serviços são comparados em dólar.

No novo ranking, São Paulo está à frente de Nova York, que mudou da 27ª para a 32ª posição, e de Londres, que ocupa o 18º lugar da lista. A capital de Angola, Luanda, manteve a posição de cidade mais cara do mundo. Cartum, capital do Sudão, foi a cidade que mais subiu no ranking, passando do 141º para o 44º lugar em um ano.