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O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, disse na manhã desta segunda-feira que a compra da rival Webjet por R$ 96 milhões não irá aumentar o custo de tarifas nem provocar demissões no quadro de funcionários da companhia absorvida. Em conferência feita por telefone a jornalistas, Constantino afirmou que a marca Webjet será mantida até a aprovação da compra pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para depois ser totalmente integrada aos serviços da Gol.

A Gol informou na última sexta-feira que fechou um acordo para compra de 100% do capital de sua rival de menor porte Webjet. Segundo a Gol, a compra será feita por meio de sua controlada Varig. A Webjet foi avaliada em R$ 310,7 milhões, mas o valor a ser pago pela aquisição será de R$ 96 milhões, descontada a dívida da Webjet. Com a aquisição, a empresa reduzirá a vantagem da TAM em participação no mercado doméstico.

Durante esse período, alguns produtos serão incorporados à Webjet, como o programa de milhas da Gol, Smiles. "Devemos ganhar eficiência e manter as tarifas competitivas. O motivo da compra é permitir que a Gol popularize o transporte aéreo na América do Sul e amplie as ofertas de voos diretos partindo das capitais", disse Constantino.

A compra foi feita também por causa da facilidade de renovação da frota da Webjet, que também opera com aeronaves da Boeing, disse o presidente da empresa, o que diminuiria o custo do treinamento de pessoal. Atualmente, a Webjet tem 24 unidades 737-300, ante 115 modelos 737-700 e 737-800 Next Generation da Gol.

Segundo o diretor de finanças da Gol, Leonardo Pereira, a dívida financeira de R$ 214,7 milhões que a Webjet possui – com os bancos Bradesco, Safra e Citibank como principais credores – vence em 2015, mas só deve entrar no balanço da companhia a partir da total incorporação das duas empresas. A partir desse momento, Constantino vê uma provável captação de novos recursos para alongar o prazo de vencimento.

A Webjet encerrou maio com participação no mercado de aviação brasileiro de 5,16%, enquanto a Gol registrou 35,39%, ante 36,47% um ano antes. Uma eventual aliança das empresas formaria um grupo com 40,55% do mercado doméstico, ante os 44,43% registrados pela líder TAM. A última aquisição feita pela Gol ocorreu quando a empresa comprou ativos da Varig em 2007 por US$ 275 milhões, operação que custou à empresa anos para ser totalmente digerida.