Unidos pela Previdência
O Ministério Público Federal vai investir contra uma das minas de ouro federais: os contratos de aluguel e manutenção do parque de informática da Dataprev, controlados há 30 anos pela multinacional Unisys. O procurador Luiz Francisco de Souza entrará com uma ação de improbidade contra o presidente da estatal, Ramon Barreto, por lá desde os tempos do ex-ministro carlista Waldeck Ornelas. Na última semana, o procurador recebeu o documento que faltava. Um relatório de 15 páginas da própria Previdência confirma um tenebroso rosário de irregularidades e faz os contratos, que custarão R$ 180 milhões nos próximos dois anos, parecerem um sorvedouro de dinheiro público. A Dataprev bancou gastos estapafúrdios – por exemplo, a manutenção de itens sem conserto, como a memória dos computadores – e aceitou cobrir despesas de responsabilidade da multinacional. Fora os indícios de superfaturamento. A própria contratação da Unisys, sem licitação, é ilegal. Os problemas são conhecidos há mais de dois anos. “No mínimo, o ex-ministro Ornelas se omitiu”, diz Luiz Francisco.

Canto de Salomé
O superintendente da Polícia Federal no Piauí, Roberto Rios, vai perder a boquinha. O delegado, que investigou o ex-governador Mão Santa e hoje faz campanha para o Senado ao lado do governador cassado, como denunciou a matéria “Mãozinha federal”, de ISTOÉ, será afastado do cargo. A decisão foi tomada pelo próprio presidente Fernando Henrique Cardoso. A cabeça do delegado foi pedida pelo governador Hugo Napoleão (PFL) e pelo presidente do Congresso, Ramez Tebet. Rios vinha dizendo que sua eleição significaria “um patife a menos no Congresso”.

Erro oficial
O Diário Oficial da segunda-feira 28 informava que o Ministério da Justiça estava contratando oito empresas para prestação de serviços variados, que somavam uma conta de R$ 7 milhões. Tudo certo, não fosse um pequeno detalhe: o Ministério não tem contrato com nenhuma das empresas. Os burocratas do Ministério ficaram com a pulga atrás da orelha com o mais gordo deles. Ele previa o pagamento de R$ 3,7 milhões para a Montreal Informática, tida como uma empresa com importantes amigos no primeiro escalão federal.

Prosperidade no ar
O deputado Vivaldo Barbosa (PDT-RJ), que votou contra a abertura do capital externo para as empresas de comunicação, virou a casaca. É o novo proprietário da Rádio Nova Grande Rio, em Itaguaí. Com transmissores de 65 quilos, dá para ser ouvida em todo o Estado. Vivaldo pretende que a emissora seja um canal para sua reeleição. Está contratando jornalistas através do gabinete na Câmara para cuidarem da promoção de seu nome na programação da rádio.

O governo só insufla a candidatura de Serra se colocar um foguete nas costas do ministro
Do indignado líder do PFL, Inocêncio Oliveira,

Rápidas

O deputado federal José Carlos Fonseca Júnior (PFL-ES) anda recebendo ameaças de morte por causa de sua oposição à privatização imediata do Banestes, considerada o maior negócio do Estado hoje.

A crise financeira atinge o Exército que vai pôr na rua 15 mil cabos e soldados com até nove anos de serviço, ainda sem direito à estabilidade. Cinco vezes mais que a Volkswagen pretendia demitir no ABC e recuou.

Por causa das ações de FHC em favor de Serra, cresce no PFL a tese de antecipar a entrega dos cargos que o partido tem no governo. O prazo era 4 de abril, quando Roseana deixa o governo do Maranhão.