Durou dez dias a presença do goiano Dilson Prado da Fonseca à frente da Transbrasil. Endividado e sem tradição no ramo, Prado havia assumido a empresa prometendo injetar US$ 25 milhões para reativar os vôos, parados desde 3 de dezembro. Sem conseguir dar nenhuma explicação de como pagaria o R$ 1 bilhão que a Transbrasil deve, ele acabou levantando suspeitas de que seria um mero testa-de-ferro do presidente Antonio Celso Cipriani, usado para livrar seu patrimônino e o de outros acionistas em um eventual processo de falência.

O lugar do goiano foi ocupado, na quarta-feira 30, por Michel Tuma Ness. Conhecido por “Michelão” no meio turístico, o executivo preside a Federação Nacional de Turismo e o Clube do Feijão Amigo (uma confraria de apreciadores). Michelão tem mais de 30 anos no setor. Ao contrário de Fonseca, ele não assumirá as ações da empresa, que voltam para o controle da família Fontana, encabeçada por Cipriani. Mas já avisou que os US$ 25 milhões prometidos por Fonseca estão confirmados – o que reforça o papel de “laranja” do goiano. A origem do dinheiro é um mistério. O(s) investidor(es) estariam protegidos por uma cláusula de sigilo. O fato é que, se não levantar vôo logo, a Transbrasil perde suas rotas e suas instalações em Congonhas.


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