No que depender dos catálogos e vitrines das principais grifes de calçados do País, o verão será de pés multicoloridos. Com saltos e modelos variados, as sandálias da estação aparecem em tons de verde, laranja, rosa e amarelo – dos mais discretos aos mais gritantes. Ainda na linha beachware, herança do verão passado, cores fluorescentes estão em alta, dominando papetes e chinelos baixinhos. Nos modelos mais clássicos, como scarpin
e chanel, o pink promete reinar. Para se ter uma idéia da força da
cor na temporada, está cada vez mais difícil entrar numa loja de acessórios e não encontrar pelo menos um par de calçados rosa-choque, combinando com bolsa no mesmíssimo tom. Com o amarelo-ovo e o rosa bebê não é muito diferente. Em sapatos, cintos e bolsas estão dominando o verão da extravagância.

Mas nem sempre é fácil usar – e combinar – esses acessórios. A consultora de moda Costanza Pascolato ensina que de nada adianta cobrir o corpo com uma roupa chique e elegante e reservar para os pés o “ah, qualquer coisa serve”. Estamos na era do acessório. “Escolher um calçado, uma bolsa ou uma jóia deve demandar tanta atenção quanto
a escolha de uma roupa. O look perfeito é composto pelo equilíbrio
da soma desses elementos”, diz ela. E é exatamente aí que mora
o problema. Com tantas cores fortes como saber a medida certa? Costanza explica: “Em primeiro lugar não pode ser escravo da combinação. Sapatos com tiras em várias cores não caem bem com bolsas multicoloridas. Se um tom de pink nos pés eventualmente cair muito bem com um tom de pink a tiracolo, aí sim, invista na dupla.
” Mas, nesse caso, fuja das roupas em tons fortes. “O modelo ideal
deve ser em bege, branco cru ou gelo, cores neutras que não competem com a vibração do calçado”, ensina Costanza.

Além de neutras, as saias do verão dos pés arco-íris devem ser bem curtinhas – para quem pode, claro. Assim, combinam com os tamancos e os scarpins de salto alto e fino, como os modelos da Datelli e da Shoestock. Vão bem ainda com as sandálias superaltas da Arezzo. Já os modelos baixinhos com tiras fininhas e as papetes – no estilo da Rainbow, lançamento da Melissa, ou da Yepp, novidade da Domini feita de pneus –, caem bem com calça capri, pantalonas e bermudões, no melhor estilo surfista. Toda essa variedade de cores e modelos, entretanto, não é apenas resultado do modismo da estação. É fruto de um setor que, apesar da crise, continua crescendo.

Segundo os organizadores da Feira de Calçados do Show Room na Moda – Alto verão 2003/2004, que aconteceu de 28 a 30 de setembro, em São Paulo, o Brasil é o terceiro maior produtor de calçados do planeta, com faturamento, entre importação e exportação, de US$ 1,5 bilhão. Dos 600 milhões de pares de sapatos produzidos por ano, cerca de 30% são exportados para outros países. Em 2002, 480 milhões de pares foram vendidos no mercado interno. Juntos, os mercados brasileiros de couro e de calçados tiveram superávit de US$ 2 bilhões na balança comercial do Brasil. Números que vão de encontro às expectativas de um País que cada vez mais conquista seu espaço no exigente mundo da moda.

 

As legítimas que se cuidem…

A volta da moda das papetes trouxe uma novidade no mínimo promissora para o Brasil: as Yepp, nome que em vietnamita quer dizer calçado prático. Feitas com borracha de pneus reciclados, as papetes se moldam ao formato do pé com perfeição. Conforto e praticidade puros, sem exagero. E o melhor: a novidade chega às principais lojas brasileiras até o final do ano e começa a ser vendida em São Paulo a partir da semana que vem, com preço médio de R$ 20. Além do baixo custo – quase o mesmo das Havaianas –, têm a vantagem de oferecer material e design ainda pouco conhecidos pelos pés brasileiros. Com tiras removíveis e disponível em três versões (casual, surfer e fashion), a Yepp vem com refis para trocar de cor conforme a roupa ou o espírito do dia.