Confira o vídeo:

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MALDITO
Cena do filme “Gainsbourg” (acima) e o casal Serge Gainsbourg e
Jane Birkin na realidade: provocações e escândalos públicos

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A canção “Je T’Aime… Moi Non Plus”, do cantor francês Serge Gainsbourg (1929-1991), é conhecida como um dos maiores hinos de amor da história. Gravada em parceria com sua mulher, Jane Birkin, a música de andamento nupcial traz um diálogo lascivo, dito quase aos sussurros. No auge da “cópula vocal”, o casal diz: “Tu és a onda, eu sou a ilha nua.” O escândalo provocado por esses versos foi quase um espelho da vida dissoluta de Gainsbourg. Ele era um homem de excessos e, assim como na criação, não se continha também nos relacionamentos, repetindo a mistura explosiva que costuma acompanhar os famosos amores rock and roll.

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E aqui, os pares se multiplicam, como provam as paixões loucas vividas por Mick Jagger e Marianne Faithfull, David e Angie Bowie ou, mais recentemente, Kurt Cobain e Courtney Love. No caso de Gainsbourg, suas orelhas de abano e o seu nariz adunco podem ter causado dissabores na adolescência, mas nunca o impediram de sempre estar acompanhado das maiores beldades de sua época. O filme “Gainsbourg: o Homem que Amava as Mulheres” (estreia na sexta-feira 8) trata basicamente disso. Entre suas aventuras amorosas, aparece o caso extraconjugal com o mito sexual Brigitte Bardot, em 1967. Mas o foco está no longo romance com a jovem cantora e parceira musical Jane Birkin.

Jane foi a mulher que mais aturou as loucuras de Gainsbourg – e, muitas vezes, também fazia parte delas. Ao final de uma balada e tomada pelo ciúme, ela atirou uma torta na cara do marido. A cena pastelão se deu em uma boate da moda. Arrependida, Jane tentou chamar a atenção do parceiro se atirando nas águas do rio Sena. Como não sabia nadar, o casal terminou sendo salvo pelos bombeiros. Ao mesmo tempo que os dois viviam de brigas e escândalos públicos regados a álcool, maconha e uma média de quatro maços de cigarros ao dia, tinham uma relação artística que se assemelhava à de John Lennon e Yoko Ono, a essa altura já adeptos da nudez midiática. Foram 13 anos de união, passados no mesmo estúdio de gravações – ali nascia canções provocantes em que a ironia era a marca registrada. Coincidentemente ou não, esse foi o período mais fértil da carreira do músico. Da mesma época de “Je T’aime” é a ópera-rock “Histoire de Melody Nelson”, sobre a paixão entre um homem mais velho e uma adolescente – a diferença de idade entre ele e Jane era de 18 anos.

Numa tática de sobrevivência, Jane Birkin pediu o divórcio do marido no início dos anos 1980. Mesmo separada, foi vítima de mais polêmica quando ele sugeriu um incesto com a filha do casal, a hoje atriz Charlotte Gainsbourg, no dueto “Lemon Incest”. Sustentando a imagem de ébrio desafiador, chocou o país ao atear fogo a uma nota de 500 francos em um programa de televisão.

Charlotte foi convidada a participar de “O Homem que Amava as Mulheres”, mas abandonou a produção alegando que lhe era muito dolorosa a experiência. O pior veio ao final das fimagens: Lucy Gordon, a jovem inglesa que interpretou Jane, suicidou-se enforcada em Paris. Na ocasião, a viúva de Gainsbourg disse que teve um encontro com a atriz, quando ela a visitou no camarim depois de um show. “Eu a chamei para beber, mas ela recusou”, afirmou Jane. Aparentemente sem relação com o filme, a morte de Lucy ajudou a aumentar a aura de suspense em torno do longa-metragem dirigido por Joann Sfar e baseado em uma história em quadrinhos de sua autoria.

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