Os assassinatos dos prefeitos petistas Celso Daniel (Santo André) e Antônio da Costa Santos (Campinas) são os novos casos no bangue-bangue da política. Nos últimos três anos, sete integrantes do PT foram assassinados. Um deles foi a prefeita Dorcelina Folador, da cidade de Mundo Novo, em Mato Grosso do Sul. Ela foi morta com seis tiros na varanda de sua casa, na frente dos filhos, em outubro de 1999. Em sua gestão, Dorcelina denunciara o narcotráfico e tornara público o esquema de corrupção das administrações anteriores. Cinco acusados foram presos, mas o mandante teria sido Jusmar Martins, ex-secretário municipal de Fazenda do município.

É extensa a lista de políticos vítimas de pistoleiros de Norte a Sul do País por contrariarem interesses econômicos ou políticos. Não há escalão que esteja a salvo, como se viu no assassinato do governador do Acre, Edmundo Pinto, em 1992, quando estava no Hotel Della Volpe, em São Paulo. Investigações indicam que Hildebrando Pascoal, o ex-deputado da serra elétrica, foi o mandante do crime. Pinto iria depor dias depois sobre denúncia de superfaturamento nas obras do Canal da Maternidade realizada com dinheiro do FGTS. “São forças adversárias da democracia que não sabem viver no estado de direito. É um drama vivido em todo o Brasil”, afirma Elizabeth Silveira, presidente do grupo Tortura Nunca Mais.

Impunes – O mapa da barbárie é extenso. Um dos Estados mais violentos é Alagoas, onde a deputada federal Ceci Cunha (PSDB) foi executada por três homens dentro de sua casa, em dezembro de 1998. O principal acusado de ser o mandante do crime é o ex-deputado Talvane Albuquerque. Ele pretendia assumir o lugar de Ceci na Câmara. Apesar de todos os indícios, Talvane está em liberdade e atualmente frequenta o curso de direito no Centro de Estudos Superiores de Maceió. “É uma afronta à sociedade. Precisamos de leis mais duras para coibir esse tipo de crime”, reclama o deputado federal Luiz Dantas (PTB-AL). Seu irmão, José Miguel, era prefeito de Batalha (AL) quando foi assassinado com a mulher, em março de 1999.

No Maranhão, vários crimes foram praticados pela quadrilha chefiada pelo deputado cassado José Gerardo, entre eles os assassinatos do prefeito de Imperatriz, Renato Moreira, em 1993, e do deputado federal Davi Alves Silva, em 1978. José Gerardo foi cassado e preso. Mas da cadeia continua operando a sua gangue, que atua no narcotráfico e no roubo de cargas. No Piauí, a violência política chegou a tal ponto que foi criada a União das Viúvas dos ex-Prefeitos Assassinados. São dez as integrantes. No Espírito Santo, em 1998, foram mortos dois vereadores e um prefeito. Em 1999, um prefeito e um vereador. Em Belém, a polícia prendeu em novembro de 2000 o alemão Udo Dittman, que confessou um plano para matar o prefeito petista Edmilson Rodrigues. O alemão estava ligado a fazendeiros e a quadrilha de roubo de carga. No Rio de Janeiro, seis vereadores de vários partidos da Baixada foram assassinados nos últimos três anos. No início de janeiro, o vereador Alexandre Alcântara, de Magé, foi chacinado junto com sua mãe e um segurança