Crime organizado, tráfico de drogas, exclusão social, falta de preparo da polícia, escassez de investimentos na segurança pública. Com a soma desses ingredientes está pronto o coquetel que pode provocar muito mais do que dores de cabeça numa população assustada e indefesa. Reféns de quadrilhas cada vez mais ousadas e bem armadas, os brasileiros das grandes cidades estão com medo. Medo de entrar em casa, medo de ir a um restaurante, medo de andar de carro, de ônibus ou a pé. Como mostra a reportagem de Madi Rodrigues, Ines Garçoni e Alan Rodrigues. Campinas se transformou no símbolo desse terror. Os próprios jornalistas de ISTOÉ, acompanhados do motorista João Galindo, sentiram na pele o despreparo, a arrogância e a tensão a que estão submetidos os policiais encarregados de proteger o cidadão.

Quem consegue sobreviver ao bangue-bangue diário das ruas precisa estar atento e forte dentro de casa. Aumenta todos os dias o número de jovens, a partir dos 11, 12 anos, que começam a beber e/ou fumar maconha. Atraídos pela facilidade em conseguir drogas das mais variadas potências, os adolescentes, sem rumo, sem projeto, sem referências, buscam uma onda que normalmente arrebenta em suas cabeças. Inspirada no exemplo do príncipe Charles de internar o filho Harry, 17 anos, que andava exagerando nos goles e nos baseados, Marina Caruso escreveu a reportagem de capa desta edição, transpondo a discussão para a nossa realidade. Infelizmente, a constatação vem do Brasil da década de 60: a barra está pesada