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A Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, pode perder parte de seu brilho. Ao menos para a vela brasileira, esporte que mais obteve medalhas olímpicas para o País (16 no total) e que promete trazer vitórias nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara em novembro. Por decisão da Federação Internacional de Vela (Isaf, em inglês), a classe Star está excluída dos Jogos Olímpicos de 2016. A determinação representa um baque para o iatismo brasileiro – a Star é a categoria que mais rendeu conquistas olímpicas até hoje (leia quadro). É nela que competem os maiores nomes da vela nacional, como Torben Grael, Lars Grael, Marcelo Ferreira, Robert Scheidt e Bruno Prada. Scheidt e Prada, aliás, acabam de ganhar o título da Copa do Mundo de Vela pela Star e são a grande aposta do iatismo brasileiro para a Olimpíada de 2012 em Londres. Sem a categoria, eles correm o risco de não competir em águas cariocas, em 2016.

O principal argumento da Isaf para a exclusão da classe é o alto custo das embarcações. Na Star, cada barco pode ser construído pelos próprios competidores, sem necessidade de haver um único fabricante, o que aumenta o preço. Para Scheidt, no entanto, há outra motivação por trás da deliberação. “É uma decisão política. Como a Star não tem grande representatividade em países da Ásia e da Oceania, eles preferem barcos mais simples”, diz ele, para quem excluir a categoria é um erro tremendo. “A Star é o caminho natural de campeões em outras classes e a preferida de grandes velejadores brasileiros. A disputa no Rio de Janeiro certamente atrairia muito interesse.”

Maior medalhista olímpico do País, Torben Grael considera uma dupla perda a saída da Star da Olimpíada de 2016. “Perde a vela mundial, pois essa é a classe mais antiga (está no programa olímpico desde 1932), e perde o Brasil, pois é na Star que velejam os melhores atletas do País.” Ele espera que o Comitê Olímpico Brasileiro consiga modificar essa deliberação. Não é a primeira vez que tentam tirar a Star das competições olímpicas. Em 1997, foi aprovada a exclusão da classe da Olimpíada de Sydney, em 2000, mas já em 1998 ela retornou após muitas discussões. Em novembro, está marcada uma assembleia da Isaf, quando o assunto poderá ser retomado. “Como país-sede dos jogos, temos possibilidade de reverter essa decisão. Estamos confiantes”, afirma Ricardo Baggio, superintendente da Confederação Brasileira de Vela e Motor.  

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