Assista ao vídeo e conheça as outras  mulheres que passaram pela vida do cantor :

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IMPECÁVEL
Além de elegante, Sinatra tinha obsessão por limpeza e sempre
se registrava em hotéis com o nome de Charlie Asseado

O cantor americano Frank Sinatra (1915-1998) detestava jornalistas. O seu pouco apreço pela classe era compreensível: além de mulherengo, amante de Marilyn Monroe, ex-marido de Ava Gardner e adepto de “pileques homéricos” (bebia uma garrafa de uísque Jack Daniel’s por dia), Sinatra tinha um temperamento “mercurial”, era amigo da nata do jazz e de Hollywood, recebia (e era recebido) por presidentes e tinha lá suas ligações com o poder paralelo, a máfia. Ou seja: Ol’ Blue Eyes era “a notícia”. Como nunca foi dado a memórias – odiava ouvir até os próprios discos –, não deixou uma autobiografia. Portanto, é com sabor de grande novidade que chega às livrarias dos EUA o livro “Lady Blue Eyes – My Life With Frank” (Senhora Blue Eyes – Minha Vida com Frank), escrito por sua mulher, a ex-modelo e dançarina Barbara Sinatra. Ela se casou com o cantor quando ele tinha 61 anos e, por ter sido a quarta e última companheira, não macula a imagem do marido. Mas o que se passava entre as “quatro” paredes de mansões, cassinos e suítes de hotel é de matar de inveja o escritor Gay Talese, que ficou famoso justamente por não conseguir entrevistar The Voice.

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PODEROSO
Sinatra e John Kennedy: o cantor participou da campanha
do presidente e reformou sua casa para hospedá-lo

Segundo Barbara, Sinatra assinava bilhetes e se registrava em hotéis como Charlie Neat, numa alusão à sua obsessão por limpeza (“neat” é asseado em inglês). Mas o personagem que mais a assustava era o Mr. Hyde, que só dava as caras em momentos especiais. Estourado, numa noite Sinatra jogou um prato de massa na parede de um restaurante porque ela veio ensopada. Olhou para a mancha e assinou com o dedo: Picasso. O dono do local emoldurou a sujeira. Quando John Kennedy preferiu se hospedar na casa de Bing Crosby e não na sua, pouco segura segundo o FBI, o cantor nunca mais trocou palavra com o cunhado do presidente e seu amigo Peter Lawford, que lhe deu a notícia. Do lado oposto, para se ter The Voice em um evento social, era preciso enviar-lhe primeiro a lista de convidados. Henry Kissinger, por exemplo, decidiu fazer um jantar em sua homenagem e incluiu entre os convivas a apresentadora Barbara Walters, odiada por Sinatra. “Diga que não vou”, foi a sua resposta. Após muita negociação, Mrs. Walters foi “desconvidada”. Barbara revela que conheceu o temperamento do marido (“com mais energia sexual que Elvis”) quando ele tomou um relógio de sua mão e o atirou numa parede durante um jogo de charada – e ainda nem eram casados. Juntos, uma vez ele levantou a mão cerrada em sua direção. Mas ela sabia domá-lo. Exceto quando tomava gim. “Bastava eu ver a garrafa para ir para o meu quarto e me trancar. Havia algo com essa bebida que o tornava vil.”

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SEDUTOR
The Voice e a mulher Barbara: flerte na mansão dele,
na frente da esposa do momento, a atriz Ava Gardner

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O gosto pelos coquetéis numa pessoa como Sinatra não chegava a ser alcoolismo, era charme. Servia até para classificar os amigos. Existiam os que o acompanhavam noite adentro: o chamado “Rat Pack” (Dean Martin, Sammy Davis Jr. e companhia), Orson Welles e os atores William Holden, Robert Mitchum e John Wayne. E os que dormiam cedo e abriam-lhe a porta de manhã para o café: Tony Bennett, Fred Astaire, Bing Crosby, Henry Fonda. Na hora da sedução, tudo mudava. Segundo Barbara, quando Sinatra queria dar o bote, apenas bebericava o “double whisky”, passando a noite sóbrio. Nos seus 22 anos de casamento, uma infinidade de mulheres jovens e senhoras se apresentaram como mães e até avós de pretensos filhos ou netos dele. Uma milionária chamada Betty Brink chegou a passar anos seguindo Sinatra em shows, em qualquer parte do mundo. Sempre na primeira fila. Quando passou a fazer reservas e outras loucuras em nome de Barbara, o cantor pediu ao seu empresário Mickey Rudin: “Quero essa mulher definitivamente longe de mim.” Além de Rudin, Sinatra tinha outro parceiro inseparável para assuntos inconvenientes, um segurança descendente de italianos de Nova York, cego de um olho, chamado Jilly Rizzo, que parecia ser sua conexão com a máfia. Barbara se esquiva do assunto e diz que os “gângsteres se aproximavam dele porque queriam que se apresentasse em seus clubes”. Uma vez, em Nova York, foi obrigada a receber os cumprimentos de um grupo de homens de terno que queriam apenas conhecer “a nova mulher de Sinatra”. Com o seu humor fino, The Voice os chamava de Harvard Boys.

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O RAT PACK
O ator Peter Lawford e os cantores Dean Martin e
Sammy Davis Jr. bebiam com Sinatra até desmaiarem

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