Durou pouco a trégua entre petistas e tucanos. O tiroteio recomeçou após a publicação, na última edição de ISTOÉ, do cheque de R$ 700 mil que comprovou a ligação de Marcos Valério com a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas. Depois da divulgação do cheque, o senador Azeredo, que até então negava esse envolvimento, renunciou ao cargo de presidente nacional do PSDB. E a guerra recrudesceu no Congresso. A palavra impeachment voltou a ser usada em altos brados pelos parlamentares tucanos, nas sessões de CPIs. O programa nacional dos petistas pela televisão na quinta-feira 27 não economizou munição contra os tucanos. Estes, por sua vez, estão loucos para saber de onde veio o dinheiro para produzir o programa. Como em toda guerra que se preze, também não faltou o que os americanos, experientes em conflitos, chamam de colateral damages, as vítimas inocentes das batalhas e dos bombardeios. Foi o caso do senador Jorge Bornhausen, nem tão inocente, diga-se, mas vítima, com certeza, da insensatez bélica. Nem petista nem tucano, o senador oposicionista do PFL teve sua imagem, trajando uniforme nazista dos pés à cabeça, espalhada pelas ruas da capital federal. Descobriu-se, depois, que o desvairado ataque foi obra de petistas brasilienses. Nem a beleza de Daniella Cicarelli escapou. Depois de deixar escapulir alusões nada elogiosas aos políticos de Brasília, no Programa do Jô, a moça foi abatida a golpes de criatividade por uma agência de publicidade local, que estampou sua foto ao lado da frase Toda modelo é burra, em letras garrafais.

A boa notícia, em meio a tanta maldade, veio da aprovação pela Câmara dos Deputados da MP do Bem, que, entre outras bondades, desonera as empresas exportadoras e com isso deve ajudar a melhorar o nosso excessivamente lento e vulnerável crescimento econômico.

Depois do referendo das armas, parece cada vez mais urgente uma campanha para o desarmamento dos ânimos dos nossos políticos, principalmente em prol dos bons modos nas relações antagônicas. Ou, então, convoque-se a ONU.


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