Drew Baylor (Orlando Bloom) é o designer de Spasmodica, o tênis estapafúrdio que levou oito anos para criar e cuja rejeição deverá custar US$ 1 bilhão ao seu patrão e (ex) incentivador, Phil (Alec Baldwin), magnata sediado em Oregon. O jovem sente na pele a brutal diferença entre fracasso, uma possibilidade que ameaça qualquer um, e fiasco, algo que demanda certa competência. Quando também é dispensado pela glamourosa Ellen (Jessica Biel), a namorada, Drew decide pelo suicídio – no que é interrompido pela notícia da morte do pai, fulminado por um ataque cardíaco enquanto visitava parentes. No avião, a caminho do Kentucky, o jovem é atormentado por Claire (Kirsten Dunst), uma aeromoça tagarela. A partir daí Tudo acontece em Elizabethtown (Elizabethtown, Estados Unidos, 2005), estréia nacional na sexta-feira 4, hesita entre duas histórias igualmente fascinantes.

Pois o diretor americano Cameron Crowe, de Jerry McGuire – a grande virada, Quase famosos e Vanilla sky, resolveu seguir com as duas. Assim o mergulho de Drew na família que não conheceu, por ter sido levado para a Califórnia pela mãe, Hollie (Susan Sarandon), persona non grata na prosaica Elizabethtown, rivaliza com o pas-de-deux da impossibilidade amorosa executado por Claire e Drew – que lembram o casal vivido por Ethan Hawke e Julie Delphy em Antes do amanhecer e Antes do anoitecer, a quem Kirsten e Bloom não ficam devendo nada em matéria de charme e plausibilidade. O problema é que o resto do filme também é charmoso. Do rock do Allman Brothers Band e do Lynyrd Skynyrd – mais uma vez! – à elegância de La Sarandon; da viagem pela rota 66 sugerida por Claire à bagunça estabelecida por primos, tias e agregados. São imagens preciosas que dariam vários filmes. Mas Crowe pareceu esquecer a diferença brutal entre mosaico e remendo.