Todas as noites, milhões de casais apaixonados se conectam por algum tipo de tecnologia para matar a saudade. Conversa vai, conversa vem e, geralmente perto do “boa-noite”, o clima começa a esquentar. Nessa hora, a vontade de tocar o parceiro vira uma tortura e não há câmera de vídeo que resolva. Para aplacar essa angústia e suprir uma demanda crescente, a empresa britânica Cool & Groovy Toy lançou um brinquedo erótico ideal para ser usado a distância.

Batizado de Toy, que significa brinquedo em inglês, o vibrador high-tech é
acionado pelos comandos recebidos via mensagens de texto do celular, o popular torpedo. Ao comprar o acessório, seu dono – ou dona – deve registrar o número do celular que vai lhe enviar as mensagens vibrantes. Seis combinações secretas, digitadas na mensagem, controlam o aparelho, que ainda está em fase de teste e por isso não tem preço definido. São 26 letras com três diferentes perfis de movimento, cada um deles com cinco velocidades. No total, são 7.200 variações possíveis numa única mensagem.

Pecado – Outros brinquedinhos sensuais entraram no embalo tecnológico. Um deles é o estimulador feminino Audi-oh Butterfly, que pode ser conectado a aparelhos de som mp3 e treme ao ritmo de músicas, conversas ou qualquer outro estímulo sonoro. O aparelho em forma de pérola é revestido por uma borboleta de silicone e ativado de acordo com a freqüência emitida pelo som. Cintas de elástico ajustam o produto ao corpo. De tão discreto – 3,5 cm de comprimento e 1,5 cm de largura –, ele pode ser usado no dia-a-dia, embaixo da roupa.

As irreverências que lotam as prateleiras de sex shops não atraem apenas os pervertidos. “Dos meus clientes, 90% são mulheres casadas. Depois de seis anos de relacionamento, é preciso investir nisso para evitar a monotonia. É mais barato que trocar de parceiro”, diz Luis Pereira, proprietário de uma das maiores fábricas nacionais de artigos eróticos, a Power Sexy. Todo mês ele exporta cerca de 20 mil acessórios sensuais.

Segundo Pereira, entre Alemanha, Canadá, Portugal, Argentina e Brasil, os maiores consumidores de seus produtos são os animados cariocas. “Recebo muitos pedidos de lá. Já os mineiros gostam de novidades e produtos coloridos”, conta o empresário. Para Alfredo Romero, diretor do Instituto Brasileiro para Saúde Sexual, os estimulantes são ideais para descobrir melhor o corpo.

Cerca de 25 anos atrás, a história era bem diferente. “Na juventude, fiquei sabendo de uma vizinha que tinha um vibrador, mas não fui ver porque isso era muito malvisto”, conta a empresária Suzana Delarcina, 58 anos, uma das proprietárias da butique de luxo Revelateurs, em São Paulo, especializada em lingeries, jogos eróticos e apimentados brinquedos. As outras responsáveis pelo templo da sedução são suas filhas, a advogada Ana Paula e a administradora Ana Maria.

O avanço na tecnologia dos vibradores ajudou a alavancar suas vendas. “Temos aparelhos high-tech com diversas funções, mas o que vende mesmo são os acessórios dissimulados, que parecem, mas não são”, diz Suzana. Os brinquedos
a que ela se refere são controlados por micromotores com alta potência vibratória
e formato tão reduzido que podem ser levados na bolsa. Há desde inocentes patinhos de borracha e pincel de maquiagem até arrasadores corseletes e um inacreditável aparelho para quem quer brincar de médico. “É um vibrador como
outro qualquer, só que na ponta ele tem lanterna, câmera e um cabo para conectá-lo à tevê”, explica Ana Paula. Para quem pretende turbinar a relação com os artigos high-tech, é bom preparar o bolso porque os preços são salgados. Um vibrador como esse custa R$ 740.