Piruetas, salto mortal, vôo nas barras paralelas. Em uma das salas da academia A!Body Tech, no Rio de Janeiro, dá para se sentir a própria Daiane dos Santos ou o fera Diego Hypólito, duas das estrelas nacionais da ginástica olímpica. A modalidade, que no ano passado fez o Brasil inteiro parar para torcer por Daiane na Olimpíada de Atenas, na Grécia, agora atrai gente comum que se cansou do cardápio convencional da malhação. Oferecida na academia carioca, a opção já seduziu mais de 300 praticantes. Gente como a comerciante Andrea Moraes, 34 anos. “Conto os minutos para a aula começar. É um playground de adultos”, exulta.

De fato, à primeira vista a sala de aula
assemelha-se a um parquinho. O espaço é equipado com trapézios, barras paralelas, camas elásticas e muita cor. As aulas começam com movimentos para aquecer as articulações e seguem com ênfase no trabalho postural, flexibilidade, contração muscular, coordenação motora, concentração, equilíbrio e, sobretudo, força. Não se contabiliza queima de calorias. O objetivo é moldar a musculatura. “Os alunos fazem força do dedo do pé à cabeça”, explica Georgette Vidor, coordenadora das aulas. Georgette era treinadora do time de ginastas do Flamengo quando sofreu um acidente, em maio de 1997, e ficou paraplégica. O praticante Gustavo Oliveira, 19 anos, observa na prática o que diz a professora. “Os exercícios aumentaram meu equilíbrio e a força muscular em todo o meu corpo”, conta.

Outra vantagem da malhação à la Daiane é que o gênero associa a definição da musculatura ao sentimento de realização. “No início muita gente sai da aula com um sentimento de derrota, mas depois a impressão se inverte. Eles percebem que não é fácil, mas é possível”, diz a professora Ana Paula Luck. Isso o mineiro Matheus Campello, 17 anos, já descobriu. O rapaz demonstra desenvoltura nos aparelhos e não faz feio nem em saltos mortais. “Dá uma sensação de vitória. E é a maior adrenalina”, descreve, referindo-se ao hormônio que inunda o corpo em situações de desafio. Segundo Georgette, a modalidade pode ser praticada por qualquer um, à exceção de obesos e portadores de hérnia de disco ou outros problemas sérios na coluna.