Sair de férias é um momento de prazer para a maioria das pessoas. O planejamento desse raro tempo de lazer, como a procura por vagas e passagens aéreas ou o alto custo da hospedagem, pode atrapalhar o tão esperado descanso. Mas hoje é possível sonhar com as tão desejadas férias em qualquer país do mundo e, melhor, programá-las por um longo período. Despontando no mercado da indústria hoteleira e já com status do mais promissor segmento do ramo, o timeshare (ou tempo compartilhado) atua justamente para facilitar a escolha dos destinos dos viajantes. Pelo sistema, é possível adquirir semanas de hospedagem por um tempo mínimo de dez anos e com a possibilidade de trocar de destino e de hotéis, desde que eles sejam filiados à rede compartilhada. Portanto, férias garantidas a perder de vista, sem a preocupação com vagas ou se o dinheiro vai dar. Afinal, a acomodação já está paga.

Os números do timeshare no mundo são expressivos: 6,7 milhões de consumidores, 5,4 mil luxuosos resorts em 95 países e volume anual de vendas de US$ 9 bilhões. “Para que se preocupar com os problemas de uma segunda casa? Com o tempo compartilhado, não precisa se preocupar em consertar o telhado”, simplificou J. W. Marriott Jr, presidente da rede de hotéis Marriott, durante a 7ª Conferência Anual de Timeshare e Investimento de Resorts, que aconteceu em Orlando, Flórida.

No Brasil – maior mercado da América do Sul, com 35 mil famílias donas de timeshare – o termo ainda não ganhou alcance público. “Essa indústria passou a ter um espaço significativo no mercado brasileiro em meados dos anos 90, ganhando destaque na comercialização de novos empreendimentos entre 1995 e 2001”, situa Renata Marin, gerente brasileira da Interval International, operadora de intercâmbio. Hoje são 25 hotéis afiliados, a maioria na costa brasileira, como o paradisíaco Itacaré Village, na Bahia, com opções de timeshare a partir de R$ 7 mil. Número pequeno se comparado ao dos Estados Unidos, que dominam 44% do mercado mundial. Por aqui, aliás, os números são todos bem mais singelos: a aquisição varia de R$ 7 mil a R$ 25 mil, com taxa de manutenção entre R$ 350 e R$ 880. Nos EUA, os valores sobem para US$ 8 mil e US$ 600 mil. Já o volume de vendas brasileiras representa R$ 2,5 milhões, enquanto lá fora beira os US$ 9 bilhões.

Se os números sustentam a tese de que o timeshare tem futuro rico, as vantagens do tempo compartilhado impulsionam o mercado. A equação é simples: garantia de estadia por tempo indeterminado para os turistas e certeza de pagamento antecipado e ocupação para os proprietários. Mas nem tudo é perfeito. Se você adquirir uma semana em Itacaré e quiser trocá-la por férias em um hotel cinco estrelas em Londres, terá que desembolsar uma boa quantia como diferença. Na contramão, se economiza em todo o resto. Os apartamentos abrigam até oito pessoas, contam com cozinha própria e máquina de lavar. O resto é curtir e preparar as próximas férias.