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O presidente americano Barack Obama anunciou formalmente sua candidatura à reeleição em 2012 e declarou que o país precisa "proteger o progresso conquistado". "Hoje, estamos apresentando documentos para lançar nossa campanha de 2012", afirma Obama em um comunicado.

O presidente explicou que, assim como seu governo e seus partidários em todo o país "lutam para proteger o progresso que conquistamos – e por fazer mais -, nós também temos que começar a nos mobilizarmos para 2012, muito antes que chegue o momento de que eu comece a campanha a sério".

Obama destacou ainda que nos próximos dias seus seguidores começarão a criar uma nova organização nas cidades de todo o país. "Nós sabemos que a mudança não viria de maneira rápida ou fácil. Nunca vem", escreveu Obama. "E precisarei de vocês para ajudar a dar forma ao nosso plano, enquanto criamos uma campanha de maior alcance, mais centrada e mais inovadora que qualquer outra coisa que já construímos antes", destacou.

O anúncio foi precedido por um vídeo no qual um grupo de partidários do presidente falam sobre a importância de continuar o trabalho iniciado pelo presidente após a eleição em 2008. "Esta será minha última campanha, pelo menos como candidato", destacou Obama no comunicado.

"Mas a causa de fazer uma diferença duradoura em nossas famílias, nossas comunidades e nosso país nunca se tratou de apenas uma pessoa. E só terá êxito se trabalharmos juntos". O vídeo divulgado inclui cenas de americanos que falam sobre como suas vidas mudaram durante o atual governo, afirmando que Obama, que há três anos era considerado um senador azarão, cumpriu a promessa de mudança e esperança feita em 2008.

O logo da campanha de Obama inclui a famosa imagem de um sol nascente usada em 2008, agora como o "0" em 2012. "Eu não concordo com Obama em tudo, mas eu o respeito e acredito nele", um homem afirma no vídeo.

Os republicanos optaram por atacar Obama nesta segunda-feira e criticaram sua "falha de liderança" no atual debate em Washington sobre cortes no orçamento. Apesar das crises constantes ao redor da Casa Branca, Obama, 49 anos, aparece com condições razoáveis 19 meses antes da votação, parte em função de um Partido Republicano ainda indeciso.

Mas também está claro que Obama, famoso pela grande campanha nas bases eleitorais em 2008, precisa encontrar uma nova mensagem para atrair os simpatizantes que há três anos repetiram sua oratória baseada no "Yes We Can" ("Sim Nós Podemos").

A campanha de 2008, do duelo de Obama nas primárias com Hillary Clinton até sua posse como o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, entrou para a história, um fator que fará falta em 2012. Apesar de muitos problemas do país terem começado antes de sua presidência, Obama é agora a face da lenta recuperação econômica da nação. 

Mas um raio de esperança surgiu para o presidente na semana passada: o índice de desemprego caiu a 8,8%, o que pode representar uma recuperação da economia, fator crucial nas eleições americanas. Obama também pode se apresentar como um reformista autêntico, depois das históricas leis de reforma do sistema de saúde e da limitação dos excessos de Wall Street.

Mas a lei da saúde ainda gera divisões e Obama não conseguiu cumprir outras grandes promessas, como o fechamento da prisão para suspeitos de terrorismo em Guantánamo. As pesquisas apontam um nível de aprovação de Obama próximo de 40%. O problema no momento é mesmo a economia, já que uma aceleração dos resultados pode beneficiar a campanha de reeleição, ao mesmo tempo em que qualquer dificuldade neste campo pode provocar obstáculos.

Para complicar o cenário, os republicanos já questionam a resposta de Obama às crises na Líbia e nos países do Oriente Médio. Eles alegam que o presidente aparece como um líder frágil, com uma política externa confusa. O aumento da violência contra os soldados americanos na guerra do Afeganistão, que já dura 10 anos, também pode abalar o cenário político.

Mas o presidente se prepara para declarar em dezembro que cumpriu a principal promessa de campanha: acabar com a guerra no Iraque. O Partido Republicano, sacudido pelo ultraconservador movimento Tea Party, não tem um candidato claro.

O candidato republicano

O empresário americano Mitt Romney, atual favorito nas pesquisas entre os republicanos, anunciou publicamente nesta quinta-feira que é pré-candidato por seu partido às eleições presidenciais de 2012, para enfrentar o presidente Barack Obama. Romney, ex-governador de Massachussets, disse que o presidente Barack Obama "desapontou os Estados Unidos", comprometendo-se a aumentar o emprego no país, em declarações concedidas antes de anunciar sua candidatura.

Depois de ter perdido a nomeação de 2008 para o senador John McCain, Romney tem seu nome fortemente reconhecido entre os republicanos. Os eleitores em 2008 "deram a alguém novo a oportunidade de liderança; alguém que não conheciam muito, que não tinha muita experiência, mas que prometia nos conduzir para um lugar melhor", disse Romney.

"Agora, no terceiro ano dos quatro de seu período no governo, temos mais lemas e slogans pelos quais lutar. Barack Obama desapontou os Estados Unidos", acrescentou. Romney, de 64 anos, oficializou sua candidatura às 16h30 (13h30 de Brasília) em um evento de campanha numa fazenda no estado de New Hampshire.