Dos 35 hospitais participantes do projeto Parto Adequado, 14 conseguiram reduzir as taxas de admissão em UTI neonatal no período da iniciativa. A taxa de internação nessas unidades caiu de 86 por mil nascidos vivos para 69 por mil nascidos vivos. Na média de todos os hospitais, a taxa manteve-se estável.

A alta no número de partos normais também não aumentou a ocorrência de eventos adversos, como morte materna, sequela e asfixia fetal. De acordo com a ANS, o resultado comprova que a iniciativa de optar pelo parto adequado é segura. Ainda segundo a agência, os hospitais participantes registraram redução significativa em procedimentos como a episiotomia (corte na região do períneo), deixaram de solicitar jejum às gestantes durante o trabalho de parto e estimularam mais mulheres a criar o seu plano de parto e escolher diferentes posições para ter o bebê.

Dos 35 hospitais participantes, 31 são privados e apenas 4 integram a rede pública. A rede privada é o principal alvo da iniciativa por apresentar as maiores taxas de cesarianas (84,4%). Nas maternidades do SUS, o índice de cesáreas é de cerca de 40%.

Embora comemore os resultados do projeto-piloto nos 35 centros médicos, a ANS ainda enfrenta dificuldades para que as operadoras sigam todas as resoluções editadas nos últimos dois anos para evitar a realização de cesáreas desnecessárias nas unidades da saúde suplementar. Pelas normas, instituídas entre o ano passado e este ano, operadoras e hospitais são obrigados a contratar enfermeiras obstetras ou obstetrizes. Também devem informar aos pacientes que solicitarem as taxas de partos cesáreos aplicadas por determinado médico ou hospital.

Já os médicos têm a obrigação de entregar às pacientes, em três consultas diferentes, uma nota de orientação sobre os riscos de cada tipo de parto. Eles devem preencher ainda o cartão da gestante e um partograma específico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.