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 O suíço Joseph Blatter foi confirmado na Presidência da Fifa esta quarta-feira (1º) em Zurique e iniciou seu quarto mandato, após eleições marcadas por diversos escândalos. Ele foi reeleito durante o 61º congresso da entidade, no qual recebeu 186 votos, sendo que 203 das 208 federações associadas à Fifa participaram da votação.

O suíço foi o único candidato da eleição após a desistência do seu rival, o qatari Mohamed Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática, que retirou sua candidatura horas antes de ser suspenso pelo comitê de ética da Fifa enquanto está sendo investigado por suspeitas de corrupção.

Antes de a votação ser realizada, Blatter teve que enfrentar uma moção apresentada por David Bernstein, presidente da Federação Inglesa, que pediu o adiamento da eleição para dar mais credibilidade ao processo e permitir a candidatura de um dirigente comprometido com a reforma da entidade.

A proposta britânica foi rejeitada por 172 votos contrários ao adiamento e 17 favoráveis, e Bernstein foi duramente criticado por outros dirigentes do futebol mundial. Entre eles, o argentino Julio Grondona: "Estamos buscando soluções fora do lugar e sempre vem do mesmo lado, da Inglaterra".

Após ter sido reeleito, Blatter agradeceu pela "confiança" dos representantes das federações nacionais. "Fico feliz ao ver que somos capazes de restabelecer a solidariedade e a unidade que nos permitiram seguir adiante com uma atitude positiva".

A primeira proposta de reforma do quarto mandato do suíço foi aprovada logo em seguida pelos representantes das federações nacionais. De acordo com esta nova medida, o congresso da Fifa será responsável pela atribuição das Copas do Mundo, no lugar do comitê executivo.

Dessa forma, a escolha da sede da Copa do Mundo será feita não apenas por 24 pessoas (os membros do comitê executivo), mas por 208 (os representantes das 208 federações nacionais). Acusações de corrupção de membros do comitê executivo relacionadas à atribuição da Copa de 2018 à Russia e a de 2022 ao Qatar foram um dos motivos da grave crise que a Fifa vive neste período de eleição presidencial.

Theo Zwanziger, presidente da Federação Alemã sugeriu que o modo como o Qatar foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2022 seja reavaliado. "Existem muitas suspeitas, portanto considero que precisamos reexaminar a forma com o qual foi atribuída esta Copa do Mundo, levando em conta estas preocupações", disse Zwanziger.

Blatter, que chegou ao comando da Fifa em 1998, poderá se tornar o terceiro presidente a permanecer por mais tempo no cargo. Jules Rimet, inventor da Copa do Mundo ficou por 33 anos (1921-1954); e o brasileiro João Havelange, por 24 (de 1974 até 1998).