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NEGÓCIO FECHADO
Silvio espera concluir a venda do Bau
Crediário em no máximo 90 dias
 

De todas as 30 empresas que formam o império Silvio Santos, duas sempre mereceram maior consideração do apresentador. Mais do que meros braços empresariais, o SBT, seu canal de televisão, e o Baú Crediário são vistos quase como membros da família – Silvio, em entrevistas passadas, já chamou ambos de “filhos” e muitas pessoas se referem a ele como “o homem do Baú”. Por isso mesmo, é de se imaginar a angústia vivida pelo empresário nas últimas semanas. Diante da crise financeira do conglomerado, agravada pelo escândalo de R$ 4 bilhões em fraudes contábeis do Banco PanAmericano, Silvio se viu obrigado a reestruturar suas companhias. As mudanças começaram com o próprio PanAmericano, vendido em janeiro para o BTG Pactual. Há dez dias, foi a vez de a Braspag, empresa de pagamentos eletrônicos, ser negociada por R$ 40 milhões para a Cielo, líder desse setor. O problema é que os recursos obtidos com as transações não foram suficientes para dar fôlego a Silvio. A solução? Fazer caixa com os ativos mais valiosos. É aqui que entra uma das principais marcas construídas pelo apresentador em sua longa trajetória como empresário. “Vamos vender o Baú Crediário em no máximo 90 dias”, diz Lázaro do Carmo Júnior, vice-presidente do Grupo SS.

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ALCANCE
A rede tem 137 lojas
espalhadas por três Estados

O Baú Crediário foi uma evolução natural do Baú da Felicidade, sistema de vendas de carnês que geravam pontos que podiam ser trocados nas lojas do grupo. Atualmente, o Baú possui 137 endereços em três Estados (89 no Paraná, 47 em São Paulo e um em Minas Gerais) e fatura cerca de R$ 400 milhões anuais. Há pelo menos dois anos a rede gera prejuízos. Nos últimos seis meses, 40 funcionários de nível gerencial foram demitidos. Por se tratar de uma empresa de capital fechado, o valor exato da dívida é desconhecido pelo mercado, mas estima-se que ela seja superior a R$ 100 milhões. Pelo menos quatro redes iniciaram conversas com o Bradesco BBI, contratado por Silvio Santos para intermediar as negociações: Magazine Luiza, Pão de Açúcar, Máquina de Vendas e Mercado Móveis. Segundo o executivo Lázaro Júnior, a estratégia é concentrar esforços em três áreas principais, lideradas por SBT (comunicação), Jequiti (cosméticos) e Tele Sena (títulos de capitalização). As contas de Silvio Santos ficarão mais saudáveis com a venda do Baú, mas ele provavelmente será um empresário um pouco menos feliz.  

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