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Cientistas descobriram que a Lua possui uma quantidade de água 100 vezes maior do que se pensava. A pesquisa, publicada na revista científica “Science”, mostra que fragmentos de minerais, coletados no satélite durante a missão Apollo 17, em 1972, possuem moléculas do recurso natural em uma quantidade inimaginável até então. O estudo traz ainda uma nova evidência sobre a formação do corpo celeste.
A teoria mais aceita diz que o nosso planeta foi atingido por astro errante entre 50 milhões e 100 milhões de anos depois da sua formação – ocorrida há cerca de 4,55 bilhões de anos. Os detritos levantados com o impacto se uniram e formaram a Lua. Até hoje, acreditava-se que a maior parte da água espirrada na atmosfera havia se evaporado e a existente hoje no satélite teria chegado a ele a bordo de cometas e asteroides. A nova pesquisa, porém, prova que o recurso natural foi preservado dentro de rochas vulcânicas – vale lembrar que, no início, a Lua era cheia de vulcões.

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A PROVA
Moléculas de água (acima) preservadas
dentro de um mineral

“A quantidade de água no interior da Lua é similar à existente na Terra”, diz o chefe da pesquisa, Erik Hauri, do Carnegie Institution of Washington, nos EUA. Em 2008, o mesmo grupo de pesquisadores publicou um artigo na revista “Nature” sobre a presença de água nas mesmas amostras. As novas análises, porém, feitas com uma microssonda, mostraram uma quantidade 100 vezes maior do elemento.
As moléculas não poderiam ser encontradas no magma solidificado, pois a temperatura durante uma erupção é tão alta que a água se evapora. Foi graças a um mineral chamado olivina, liberado em explosões vulcânicas, que os pesquisadores puderam encontrar as moléculas. Elas estavam em rochas que, por sua vez, eram preservadas em microesferas desse mineral. “A olivina forma uma cápsula protetora que pode guardar a rocha hidratada por bilhões de anos”, explica Amâncio Friaça, pesquisador em astrobiologia e astrofísica da Universidade de São Paulo (USP).

O estudo também leva a crer que a água encapsulada na olivina pode ser a fonte do gelo que foi descoberto nos polos Norte e Sul do satélite. “Estima-se que só uma cratera do astro, Cabeus, tenha mais de três bilhões de litros de água congelada, o equivalente a 1,5 mil piscinas olímpicas”, diz Hauri. A Lua toda, portanto, teria um bilhão de vezes mais água que isso. “Erupções vulcânicas no astro podem ter produzido muito mais água do que a levada por cometas ou asteroides que caíram na superfície.” Mais uma evidência de como nosso satélite ainda é um ilustre desconhecido. 

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