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Um dos atores mais requisitados em novelas e filmes brasileiros, aos 64 anos e 50 de carreira José Wilker resolveu mudar de papel – e tornou-se cineasta. Ele dirige, no Rio de Janeiro, o seu primeiro trabalho, “Giovanni Improtta”, que tem como protagonista o ex-bicheiro homônimo que há sete anos roubou a cena na novela “Senhora do Destino”. O personagem lhe rendeu o seu maior sucesso recente na tevê e Wilker não poderia passar para ninguém o papel. A saudade que sentia do tipo engraçado e a convicção de que ele merecia um filme o levaram a comprar os direitos da história para o cinema. Cacá Diegues foi convidado a dirigir o longa-metragem, mas convenceu o ator
a assumir também a direção. “Em um momento de insanidade topei fazer as duas coisas, dirigir e interpretar”, disse Wilker à ISTOÉ.

Só não assinou o roteiro porque a sua filha mais velha, Mariana de Vielmond, 31 anos, fruto do relacionamento com a atriz Renée de Vielmond, ficou com a tarefa. É a sua estreia no cinema.

Os muitos anos de atuação e o olhar atento aos detalhes de um set de filmagem contaram na decisão de Wilker. “Nunca estive pura e simplesmente de um lado. Fui um ator colaborador bastante próximo dos diretores com os quais trabalhei”, diz o ator, que possui uma videoteca com mais de sete mil títulos. Ele tem o vício de assistir aos filmes passando certas cenas quadro a quadro – isso o ajuda a aprender os segredos dos mestres. Pelo visto, está diplomado. “Se pudesse, já começaria outro trabalho este ano”, diz ele, já perto do término das filmagens. Parte dessa satisfação também se deve ao fato de dividir os créditos com a filha. Mariana cresceu com os pais atores, mas decidiu ainda pequena seguir outro caminho. “A profissão da minha Barbie era psicanalista”, diz ela, que se formou em psicologia, montou consultório e trabalhou em hospital até perceber que não era aquilo que queria. Fechou o consultório e recomeçou tudo do zero.

Após um curso de roteiro e uma passagem como documentarista na Globo Internacional, Mariana escreveu o seriado “Cara Metade”, em cartaz no Multishow. E filma com o pai. “Como ele está na direção e gosto muito do personagem, acabo me dedicando mais ainda”, diz ela. Wilker gostou da parceria em família: “Ao mesmo tempo que a minha anarquia estimula, a disciplina dela me organiza.” E o libera para a atuação. Do que se conhece do Improtta da novela, só restam ele e seus bordões, entre os quais o famoso “Felomenal!” No novo enredo, o ex-bicheiro quer ser aceito pela alta sociedade carioca e, apesar de casado, inicia um tórrido romance com a filha de um figurão, contrário ao relacionamento.

Para convencer o pai da moça, que sofre de problemas renais, planeja presentear o sogro com um rim. Acaba sendo acusado de integrar uma quadrilha de tráfico de órgãos. Mas tudo termina em comédia, para gosto de pai e filha na vida real.

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