A brabeza de Delcídio
Petista de Mato Grosso do Sul, o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral, anda brabo, como dizem seus conterrâneos. É que acabam de ocorrer as eleições para o diretório estadual petista em seu Estado e o governador José Orcírio (ex-Zeca do PT), que é seu adversário no partido, elegeu o presidente do Diretório Regional, Mariano Cabreira. Agora Delcídio só vê um jeito de sair candidato a governador: que o presidente Lula faça uma intervenção branca no PT de Mato Grosso do Sul, obrigando o Diretório Regional a encampar a candidatura do senador ao governo em 2006. Lula tem feito das tripas coração para convencer Zeca do PT – digo, Orcírio –, mas o governador não aceita dar a legenda a Delcídio. Por conta dessa briguinha local, tanto o governo federal como a direção nacional do PT estão em pânico. É que, enquanto não for abrandada a raiva de Delcídio, as denúncias e artimanhas da oposição na CPI dos Correios vão continuar correndo soltas.

A vingança do PT
A ministra Ellen Gracie, do Supremo Tribunal Federal, pediu
à CPI dos Correios mais informações para decidir se quebra
ou não o sigilo do disco rígido dos computadores apreendidos pela Polícia Federal no banco Opportunity, de Daniel Dantas (foto). PSDB e PFL são contra, mas a turma do PT acha que chegou a hora de encontrar rastros das contribuições de campanha dos adversários.
 
 
Mercadante agradece
A MP 259 modificou a estrutura do Planalto. E o deputado tucano Mendes Thame
(SP) fez um favor ao governo: apresentou emenda tirando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) das mãos do general Jorge Félix, do Gabinete de Segurança Institucional. Passou-a ao Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE), comandada
pelo coronel Antônio Oliva Mercadante – irmão do líder do governo no Senado,
Aloizio Mercadante (PT-SP).

Em quadrinhos
O presidente do PFL, Jorge Bornhausen (foto), resolveu que o partido promoverá um concurso nacional para uma revista em quadrinhos a ser distribuída entre os 11 milhões de famílias do Bolsa Família. Com os seguintes capítulos: “O lobista Vavá” (sobre o irmão de Lula); “Bill Gattes de São Bernardo” (o filho do presidente); “Fundo Amigo” (os empréstimos do fundo partidário do PT). E por aí a fora.
 
 
Encrenca para Aldo
Presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP) tem um abacaxi para descascar. Um de seus maiores cabos eleitorais para presidir a Casa foi o presidente do PSB, deputado Eduardo Campos, que é candidato a governador de Pernambuco. Mas o líder do partido de Aldo, Renildo Calheiros (PE), acaba de declarar que não apóia a candidatura de Eduardo.
 
 
Rápidas

• Outra da turma do PT contra tucanos e pefelistas: querem da Polícia Federal o levantamento completo dos passageiros dos jatinhos do consórcio Voa, montado pelo Opportunity com fundos de pensão.

• O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), comunicou a seu partido que não vai concorrer a cargos eletivos em 2006. Fica onde está. E escolheu um poste para candidato a governador: seu secretário de Obras, o desconhecido Eider Dantas.

• Pouca coisa deixa o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tão irritado quanto dizer que ele quer ser candidato a vice na chapa de Lula: “Eu sei de onde vem isso. É para me queimar. Não quero e nem vou ser candidato a vice.”

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• O pagodeiro Vavá filiou-se ao PSDB de Tocantins. Vai ser candidato a deputado federal. E a Justiça Eleitoral não poderá proibir que ele promova seus showmícios. Afinal, ele próprio será a estrela convidada a cantar no seu palanque. De graça.

• Se até estadistas cometem bobagens, por que o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) não pode? Segundo ele, a encrenca da febre aftose é uma grande armação internacional para diminuir a exportação de carne do Brasil.
 


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