Bancos: greve ou lock-out?
Bancários do País inteiro entraram em greve. Até aí, nenhum problema, a categoria realmente é muito mal paga. Mas há no ar uma história de arrepiar: por trás da greve promovida pela Central Única dos Trabalhadores – a mesma Central de onde provém o ministro do Trabalho, Luiz Marinho – estaria o dedo do governo. É que os funcionários do Banco Central também estão em greve e, por conta disto, parou o Departamento do Meio Circulante do BC. Para quem não entende de economia, “meio circulante” é o jargão para dinheiro vivo. Parando o Departamento do Meio Circulante, significa que cessa a entrada de dinheiro vivo para circular no mercado. Ou seja: em pouco tempo haverá pouco dinheiro em espécie na boca dos caixas. Dá para imaginar o tamanho da encrenca que seria as pessoas indo aos bancos e não havendo dinheiro suficiente nos caixas? A greve dos bancários, então, caiu como uma luva para os bancos: fechou as agências e cortou a demanda por notas de dinheiro. Uma confluência de interesses tão grande que, no mercado, já há quem suspeite de que isso não é greve, e sim lock-out.

A Petrobras é o alvo
No Palácio do Planalto, já acendeu a luz vermelha. Na
suntuosa sede da Petrobras do Rio de Janeiro, todas as
luzes estão acesas há muito tempo. Na embaixada da Venezuela, também: o próximo alvo da CPI dos Correios
é a estatal brasileira. Por lá pode ter entrado boa parte
daquilo que o presidente da comissão, Delcídio Amaral
(foto), chama de “dinheiro do Exterior”.
 
 
O PMDB um dia rompe
Considerado o maior governista do PMDB, o presidente do Senado, Renan Calheiros, avisa: “Sou absolutamente favorável à candidatura própria do PMDB em 2006.” Perguntado se isso quer dizer que, em algum momento, o partido terá que romper com o governo, Renan responde lacônico: “Acho que sim.”

“O tesoureiro é meu!”
Depois de unificar tucanos do País inteiro contra São Paulo, em torno de seu nome para presidente do PSDB, o senador cearense Tasso Jereissati (foto) resolveu fazer uma exigência: só aceita comandar o partido se o tesoureiro for um nome de sua inteira confiança. Ou seja, vai ter nova rodada de negociação com os paulistas.
 
 
Transferência tecnológica
O negócio foi fechado na quinta-feira 6. Por dois bilhões de euros, a Índia comprou seis submarinos franceses iguais aos que o Brasil pretende adquirir nos próximos meses. Lá, como aqui, os alemães tinham interesse em fornecer os equipamentos.
 
 
Rápidas

• A crise é grande no Partido dos Trabalhadores. O governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, resolveu tirar o partido do nome. Quer ser candidato ao Senado e só aceita ser chamado de “José Orcírio”.

• Presidente da CBF, Ricardo Teixeira teve uma semana frenética no Congresso. Tentou convencer todos os partidos de que não era o caso de ele ser chamado a depor na CPI dos Bingos sobre a compra de juízes no Campeonato Brasileiro.

• Chico Santa Rita é o marqueteiro da campanha pelo Não! ao desarmamento. Também foi ele quem fez a campanha pelo Não! ao parlamentarismo, contra o então favoritíssimo Duda Mendonça. Menosprezado na época, Santa Rita saiu vitorioso.

• O principal arauto da campanha pelo Não! ao desarmamento é o deputado Alberto Fraga (PFL-DF). Segundo o Tribunal Regional Eleitoral de Brasília, a maior parte das suas contribuições de campanha vem da Companhia Brasileira de Cartuchos.

• Com o coração doído e machucado pelos incêndios na Amazônia, o sertanista Sidnei Possuelo quase morreu. Teve um infarto do miocárdio. Operado, implantou três pontes de safena e, agora, passa bem.