Presidir o quê?
O PFL só quer eleger José Thomaz Nonô (PFL-AL) para presidente da Câmara com um único objetivo: manter acesa a ameaça de impeachment do presidente Lula. É que cabe ao presidente da Casa decidir se arquiva ou não eventuais processos de cassação de chefes do Executivo. Por isso o Palácio do Planalto decidiu entrar de cabeça na candidatura de Aldo Rebelo (PCdoB-AL) contra Nonô: apenas para barrar o PFL. Fora isso, tanto governo como oposição sabem que o cargo de comandante supremo dos deputados não será de grande valia. Daqui até o final do ano, a agenda da Câmara estará praticamente tomada pelas votações das cassações de mandatos dos parlamentares envolvidos no escândalo do mensalão. Depois disso, vem o recesso e só em fevereiro é que o Congresso volta a funcionar. Já nas vésperas das eleições. E ano eleitoral não costuma ser época de votação de grandes projetos no Congresso. Ou seja, o sucessor de Severino servirá apenas para dar um polimento na imagem da Câmara, e nada mais importante.

PFL sem candidato
Acabaram-se os tempos de paixão entre o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, e o prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (foto). Especialista na leitura de pesquisas eleitorais, Maia desistiu de concorrer a presidente da República. Deixou o PFL sem candidato e agora definitivamente a reboque de uma aliança eleitoral com o PSDB.
 
 
Amigo da PF
J.E. Transporte de Veículos é uma das patrocinadoras deste mês da Revista do Sindicato dos Delegados da Polícia Federal. A empresa pertence a José Charles Machado de Morais, preso por envolvimento no assalto ao Banco Central de Fortaleza, o maior da história do Brasil. A publicação foi distribuída para delegados federais de todo o País durante o Congresso Nacional da categoria.

As voltas que o mundo dá…
“Sou um sobrevivente”, disse o deputado Aldo Rebelo (foto) logo após ser escolhido o candidato do governo a presidente da Câmara. O nome de Aldo foi imposto por Lula mesmo contra a vontade do PT. O mesmo PT que, sob o comando de José Dirceu, conseguiu afastá-lo da coordenação política do governo.
 
 
Decreto que não pegou
O governo baixou em junho o decreto nº 5.480, criando o chamado sistema de Correição Federal. Determinava que cada ministério deveria, em 30 dias, alterar
sua estrutura e transformar um cargo de nível DAS-4 em “assessor de Correição”, para atuar ao lado do assessor de Controle Interno. Nenhum Ministério cumpriu a norma até agora.
 
 
Rápidas

• Cabo eleitoral de Michel Temer, Geddel Vieira Lima está tiririca com o apoio de seu colega de PMDB, Renan Calheiros, à candidatura de Aldo Rebelo: “Quero ver se o Renan tem voto aqui.”

• Apesar das brigas, a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL) tem dado graças a
Deus por estes tempos de CPIs. É que ela sofre boicote das tevês de seu Estado.
Só aparece nas telinhas de Alagoas quando as imagens são geradas nas sedes das emissoras.

• Feliz por ter sido o primeiro membro do governo a enfrentar e vencer a oposição durante depoimento na CPMI dos Correios, Luiz Gushiken jura que não foi treinado por ninguém. E que nem conhece o marqueteiro pernambucano Roberto Viana.

• Insatisfação no PMDB com os ministros do partido: Silas Rondeau (Minas e Energia) não manda na pasta, comandada na verdade por Dilma Roussef. Saraiva Felipe (Saúde) e Hélio Costa (Comunicações) não estariam atendendo os pedidos da bancada.

• Nome do restaurante aberto próximo à sede nacional do PT (SP): Hábeas Corpus. Os donos juram que não foi referência às recentes ações dos deputados petistas no STF contra suas cassações.