Arte
Cow parade (São Paulo, de 4 de setembro a 6 de novembro) – Se fosse na Índia, a Cow parade poderia até ser vista como um evento religioso, já que no país as vacas representam o princípio sagrado da maternidade. Por aqui, prossegue como o maior evento de arte pública do mundo. Ao todo, serão 150 ruminantes feitas de fibra de vidro em tamanho natural, espalhadas por vários pontos da capital paulistana. Artistas como Antonio Henrique Amaral, Rochelle Costi, Aline Abreu e Os Gêmeos costumizaram as esculturas utilizando as mais diferentes técnicas. Desde o início, há seis anos, em Chicago, cerca de três mil vacas foram confeccionadas em cidades como Nova York, Bruxelas, Londres, Tóquio e, mais recentemente, Moscou, onde foram expostas 500 obras. Ao final da exposição, as vacas serão leiloadas, com a renda destinada à Fundação Abrinq. (Dolores Orosco)

DVD
O enigma de Kaspar Hauser (Versátil Home Video) –
Em 1828, um homem foi encontrado feito estátua numa praça de Nuremberg, na Alemanha, com uma carta de apresentação nas mãos. Havia passado a vida toda isolado do convívio humano, não aprendendo sequer a falar ou a andar. Por meio do estilo poético e transtornado de Werner Herzog, fincado na tradição do romantismo alemão, a história de Kaspar Hauser, vivido pelo ator amador e músico de rua Bruno S., vira uma encenação do confronto entre a natureza e a cultura, o indivíduo e a sociedade. Sempre afeito aos personagens de exceção, Herzog mais tarde centraria foco em figuras alucinadas e megalômanas, como em Fitzcarraldo, espécie de reprise de Aguirre, a cólera dos deuses, próximos lançamentos da coleção dedicada ao cineasta. Assista até o fim. (Ivan Claudio)

Discos
The Magic numbers, com The Magic Numbers (EMI) – Ao contrário daquela banda de gordinhos brasileiros, o quarteto inglês formado pelos irmãos Romeo e Michele Stodart e Angela e Sean Gannon não suporta ser chamado de “fat family”. Muito embora os vocais adocicados das meninas lembrem os de outra fofinha, a Cass Elliot, cantora do riponga The Mamas and The Papas. Além da influência do folk e do country rock dos autores de California dreamin’, a banda soa às vezes como os Beach Boys de Brian Wilson. Não estamos, contudo, diante de um mero arremedo nostálgico dos anos 60. Embalado pela nova onda roqueira, The Magic Numbers vem com um som bem contemporâneo, feito apenas com guitarras, baixo, bateria e teclados. Perfeito para curar a ressaca da eletrônica. Ouça sem parar. (Ivan Claudio)